Circular estabelece padrões de uso da plataforma virtual para impedir compartilhamento de conteúdo impróprio às crianças. Polícia Civil investiga invasão hacker em aula do CEF 11, em Taguatinga.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal encaminhou às escolas públicas da capital uma circular que estabelece padrões de uso da plataforma Google Sala de Aula. A ação tem o objetivo de impedir a exibição de conteúdo impróprio às crianças durante as aulas virtuais, como aconteceu nesta terça-feira (6), no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 11, em Taguatinga.
Durante uma aula de Português, transmitida pela internet, um vídeo pornográfico foi exibido durante cerca de 10 minutos para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. A turma tem crianças na faixa dos 11 e 12 anos.
De acordo com o secretário de Educação, Leandro Cruz, o que aconteceu “é um crime e como crime será tratado”.
“Quem fez aquilo será descoberto pela polícia e terá que responder na forma da lei.”
O caso é investigado pela Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), desde quarta-feira. Segundo o delegado Giancarlos Zuliani, a equipe já recebeu o vídeo e informações técnicas da aula do CEF 11.
Orientações
A secretaria orienta aos professores a desabilitar a autorização para que os alunos compartilhem na sala virtual a tela de seus computadores. Somente o professor poderá exibir conteúdos.
Segundo a circular, o acesso rápido à aula não será mais possível. Para participar da atividade será necessário uma autorização expressa, e o acesso ocorrerá mediante apresentação do e-mail pessoal distribuído pela secretaria.
Para mais segurança durante aulas na internet, o GDF remenda:
- desativar o compartilhamento de tela dos estudantes;
- configurar a apresentação apenas para o professor;
- desabilitar o acesso rápido (só entra com autorização do professor);
- apenas as escolas que contêm professores e funcionários tenham permissão para iniciar, gravar ou transmitir reuniões;
- monitorar o desempenho da reunião por meio de ferramentas virtuais (Meet)
- Impedir que os estudantes reutilizem reuniões da turma.
Em casos de dúvidas, a secretaria orienta a direção das escolas e professores entrarem em contato por meio do e-mail: di_c@se.df.gov.br.
Outros casos
Além desse caso, outras cinco invasões hackers a aulas virtuais também estão em investigação. A maioria dos casos ocorreu em aulas de escolas da rede pública, depois do começo da pandemia. “As investigações estão em curso, e os autores das invasões ainda não foram identificados”, afirma o delegado.
“Com relação às aulas que foram invadidas, desde agosto do ano passado, nós não temos o vídeo. De algumas delas nós não temos quase nenhuma informação técnica para fazer a investigação, em razão do uso de plataformas gratuitas. Sem esses indícios, o trabalho de investigação fica prejudicado”, explica Giancarlos Zuliani.
De acordo com a Secretaria de Educação, ao todo, 470 mil estudantes e 72 mil profissionais da educação estão cadastrados na plataforma adotada pela pasta durante a pandemia da Covid-19. Desde o início do funcionamento, foram 17,5 milhões de acessos por parte de estudantes e outros 3,6 milhões de professores.
CEF 11 de Taguatinga
De acordo com a Secretaria de Educação, os estudantes do 6º ano do CEF 11, de Taguatinga, tiveram as aulas suspensas nesta quarta-feira. A decisão foi tomada para que os adolescentes, familiares e professores participassem de uma acolhida pela equipe da escola para acompanhamento da situação.
“O corpo docente da unidade escolar também está recebendo os novos protocolos de segurança para utilização do sistema Google Sala de Aula”. Segundo a pasta, a rotina escolar foi retomada nesta quinta-feira (8).
“A Secretaria de Educação está tomando as medidas cabíveis junto às autoridades para que os responsáveis sejam identificados e respondam pelo crime, conforme a legislação”, informou a pasta.
Aulas online na rede pública
As aulas presenciais nas escolas públicas estão suspensas desde 12 de março de 2020 devido à pandemia de Covid-19.
O ano letivo de 2021 na rede pública teve início no dia 8 de março, de forma totalmente remota. Não há previsão do governo local sobre a reabertura das escolas públicas. As unidades particulares estão autorizadas a manter as atividades.