
Miguel Lucena
O jornalista Frutuoso Chaves completa hoje 80 anos — e, por ironia, quem ganha o presente somos nós, seus ex-alunos e admiradores.
Em 1984, cheguei à redação de O Norte com mais entusiasmo que técnica. Escrevia pouco e me perdia no meio das palavras como quem entra num labirinto sem mapa.
Frutuoso, com aquele jeito paciente de quem já viu muito furo virar barrigada, ensinou-me que notícia não é palanque, e que entre sujeito e predicado há um oceano de sentido.
Enquanto alguns riam da minha cara de encantado com o mundo, ele me ensinava a domar o texto. Hoje, escrevo um bocado. E devo isso a ele — ao mestre que, com carinho, me ensinou que jornalismo se faz com alma, mas também com ponto final.