Nesta quarta-feira (11/11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu autorizar a retomada dos testes da vacina Coronavac contra a Covid-19. O ensaio clínico da imunização, desenvolvida pelo laboratório Sinovac, da China, havia sido pausado na noite de segunda-feira (9/11) após o relato da morte de um voluntário.
No dia seguinte, o Instituto Butantan, responsável pela pesquisa, criticou a agência afirmando que o óbito não estava relacionado à aplicação da imunização. Mais tarde, foi revelado que o participante do estudo teria cometido suicídio ou morrido de overdose.
“Após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador depois da suspensão do estudo, a Anvisa entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG inesperado e a vacina”, escreve a agência, em nota.
Polêmica
A suspensão dos testes causou polêmica por ter acontecido antes da reunião com o Butantan para explicar o óbito. Em entrevista coletiva nessa terça (10/11), o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, rebateu as acusações de que a decisão teria sido política e afirmou que a pausa para investigação do caso foi decidida pela área técnica. Segundo ele, a agência não teria tido acesso à causa da morte no momento da reunião.
A reação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também causou desconforto. O chefe do Executivo comemorou a pausa nos testes da Coronavac como uma “vitória” contra o governador de São Paulo João Dória, adversário político do presidente.
A vacina chinesa está sendo testada em fase 3 no Brasil e já foi adquirida pelo governo paulista. No Distrito Federal, o estudo clínico é comandado pelo Hospital Universitário de Brasília (HUB).