Para combater um vírus inédito que provocou uma pausa forçada no mundo, a ciência está recorrendo à criatividade. Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, em parceria com o projeto Spark, da Austrália, encontraram uma alternativa diferente: usar anticorpos de galinhas.
Quando injetadas com a proteína spike (usada pelo coronavírus para invadir as células do corpo humano), as galinhas montam uma resposta imunológica robusta para proteger o próprio organismo — tão forte, que parte dos anticorpos específicos acaba sendo passado para a gema dos ovos produzidos por elas.
A ideia dos pesquisadores é usar esses anticorpos para criar um soro que proteja o nariz, porta do coronavírus no corpo humano. Se funcionar, o líquido poderá ser usado cada vez que as pessoas precisassem se expor a uma situação na qual exista risco de contágio.
Há várias iniciativas semelhantes sendo desenvolvidas, mas o soro feito a partir das galinhas têm um diferencial: o preço. Segundo os pesquisadores, uma dose sairia por cerca de US$ 1 (R$ 5,30).
O estudo é preliminar, ainda está na primeira fase, a de avaliação de segurança e de indícios de eficácia. Antes da comercialização, os pesquisadores também precisam verificar quanto tempo a substância fica no nariz humano. Testes com hamsters também serão iniciados em breve.