segunda-feira, 15/09/25
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Amazônia perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa em 40 anos

Levantamento do MapBiomas mostra que a Amazônia brasileira se aproxima de um possível ponto de não retorno, momento em que o bioma não conseguiria mais se sustentar

Segundo o relatório, a pastagem ocupou 13,3% em do bioma em 2024 – (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

 

A Amazônia, maior bioma do Brasil e que ocupa quase metade do território nacional, perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2024 — o equivalente a 13% de sua área, comparável ao tamanho da Espanha. O dado consta em relatório da MapBiomas divulgado nesta segunda-feira (15/9), com base em imagens de satélite.

As imagens reveladas pelo satélite mostram que as florestas foram as que mais perderam, aproximadamente 49 milhões de hectares nos últimos 40 anos. Em 2024, último ano da série histórica do MapBiomas, a vegetação nativa cobria 381,3% do bioma; 15,3% são ocupados por uso do ser humano.

“A Amazônia brasileira está se aproximando da faixa de 20% a 25% prevista pela ciência como o possível ponto de não retorno do bioma, a partir do qual a floresta não consegue mais se sustentar”, diz Bruno Ferreira, do MapBiomas.

“Já podemos perceber alguns dos impactos dessa perda de cobertura florestal, como nas áreas úmidas do bioma. Os mapas de cobertura e uso da terra na Amazônia mostram que ela está mais seca”, completa.

Os estados com menor proporção de vegetação nativa são Rondônia (60%), Mato Grosso (62%), Tocantins (65%) e Maranhão (67%). As imagens de satélite revelam que a antropização — transformação do meio ambiente pela ação humana — da Amazônia é um fenômeno recente: 83% da área alterada no bioma ocorreu entre 1985 e 2024. Nesse período, os usos antrópicos da terra cresceram mais de 57 milhões de hectares, um avanço de 471% em quatro décadas.

Pastagem

A pastagem é a atividade que mais contribuiu para o desmatamento da Amazônia, passando de 12,3 milhões de hectares em 1985 para 56,1 milhões em 2024, um aumento de 355%. A agricultura aparece em segundo lugar, com crescimento de 180 mil hectares para 7,9 milhões no mesmo período, equivalente a 4.321%.

Nos últimos anos, a mineração vem ganhando importância, passando de 26 mil hectares em 1985 para 444 mil hectares em 2024, um crescimento de 1.707%. Em quarto lugar, a silvicultura registrou expansão de 3,2 mil hectares para 352 mil hectares, um salto de 11.000%.

Agricultura

Segundo o relatório, 74% dos hectares convertidos para agricultura são destinados à soja, que ocupava 5,9 milhões de hectares em 2024. Outras lavouras temporárias respondem por 20,7%, o dendê por 3% e a cana-de-açúcar, que cresceu de 192 hectares em 1985 para mais de 124 mil em 2024, ocupa 1,6%.

Em 2024, 2% da vegetação nativa da Amazônia era secundária — áreas anteriormente desmatadas que estão em processo de regeneração — totalizando 6,9 milhões de hectares. Esse tipo de vegetação não é o mais afetado pelo desmatamento.

Ainda em 2024, 88% do desmatamento ocorreu em áreas de vegetação primária, enquanto apenas 12% atingiram a vegetação secundária.

 

 

 

 

 

 

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