Nesta segunda-feira (19), alunos do ensino fundamental II (do 6° ao 9° ano) devem retornar às salas de aula. Eles seguirão uma série de protocolos de higiene e segurança, como os estudantes do ensino infantil e do ensino fundamental I (do 1° ao 5° ano), que voltaram às unidades de ensino há quase um mês.
Os colégios do Distrito Federal fecharam as portas em 11 de março, para evitar maior disseminação do novo coronavírus e apenas as escolas particulares têm cronograma de retomada para este ano. A próxima etapa será para os estudantes do ensino médio e profissionalizante que devem voltar em 26 de outubro.
Os pais podem optar por mandar o filho ou não para as escolas. As unidades privadas continuam oferecendo conteúdo online para os alunos que preferirem o ensino remoto.
Na rede pública, de acordo com a Secretaria de Educação, as unidades de ensino públicas não irão retomar as atividades em 2020.
Veja calendário de retorno para escolas particulares do DF:
- 21 de setembro: educação infantil e ensino fundamental I
- 19 de outubro: ensino fundamental II
- 26 de outubro: ensino médio e profissionalizante
Avaliação da retomada
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe) estima que até 50 mil alunos devem retornar às escolas quando todas as etapas forem finalizadas. Até o momento, cerca de 20 mil estudantes voltaram para as unidades de ensino.
Atualmente, a capital tem 570 instituições de ensino particular e 165 mil alunos matriculados. Após quase um mês da primeira parte da retomada, Álvaro Domingues, presidente do Sinepe, considera a ação positiva.
De acordo com ele, ocorreram cerca de três casos de coronavírus nas unidades de ensino e não houve contaminação para outras pessoas da comunidade escolar. Entretanto, o diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep), Rodrigo de Paula, afirma que pelo menos 10 professores foram contaminados após a retomada.
“Notificamos as escolas e solicitamos o afastamento do profissional, além da testagem de outros funcionários”, comentou.
O diretor jurídico disse que poucos alunos retornaram na primeira etapa e que expectativa é de que a adesão se mantenha baixa na segunda. “Montamos uma força tarefa para acompanhar e monitorar esse retorno. Fizemos uma avaliação positiva, de que as escolas cumpriram os protocolos“, frisou.
Para os pais, a volta das escolas particulares também atendeu as expectativas. Alexandre Veloso, presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino (Aspa), considera que a retomada das aulas acontece de forma segura. Ele diz estar satisfeito com os protocolos adotados.
De acordo com Veloso, de forma geral, os pais querem saber sobre casos confirmados e suspeitos dentro das unidades de ensino. “Eles precisam ser sinalizados para que possam avaliar a maneira correta de monitorar o filho e evitar a propagação do vírus para algum familiar, principalmente para pessoas do grupo de risco”, ponderou.
O representante dos pais destaca ainda que, “a partir de agora, o ideal é se pensar os planos para o próximo ano”. Para ele, em 2021, os protocolos continuarão a ser seguidos e mais pais irão levar os filhos para as escolas.
“Precisamos estabelecer modos cada vez mais mais seguros, até que a pandemia termine”, diz o presidente da Aspa.
Regras
Para o retorno às aulas presenciais, as escolas devem adotar o seguinte protocolo de proteção:
- Fornecimento de luvas descartáveis, protetores faciais (face shields), aventais e outros aparatos necessários para os professores, instrutores e demais profissionais que trabalhem diretamente com alunos da educação infantil;
- Uso de gorros e jalecos nas situações de alimentação e contato direto com as crianças;
- Exigência o uso dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) necessários aos trabalhadores (empregados diretos ou terceirizados) obrigatórios para cada tipo de atividade, principalmente para atividades de limpeza, retirada e troca do lixo, manuseio e manipulação de alimentos ou livros e aferição de temperatura;
- Fornecimento, pelos empregadores, de máscaras aos empregados, adequadas aos graus de risco de contaminação a que o trabalhador estiver exposto e em quantitativo suficiente e que atenda à limitação do período de uso da máscara;
- Limitação máxima de 50% do contingente de alunos por sala em aulas presenciais, respeitada metade do limite máximo de ocupação do espaço de cada sala, nos termos da legislação educacional e o distanciamento de 1,5 metro entre os alunos;
- Afastamento imediato de trabalhadores e alunos infectados até a plena recuperação;
- Afastamento imediato de trabalhadores e alunos infectados ou que apresentem sintomas da Covid-19 até que se submetam a exame específico que ateste ou não a contaminação.