A segunda dose da vacina contra Covid-19 da Pfizer poderia ser adiada para se poder cobrir todos os grupos prioritários, já que a primeira oferece uma proteção alta, disseram dois pesquisadores radicados no Canadá em uma carta publicada no periódico científico New England Journal of Medicine.
A vacina teve uma eficácia de 92,6% após a primeira dose, disseram Danuta Skowronski e Gaston De Serres com base em uma análise dos documentos apresentados pela farmacêutica à Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).
Estas conclusões foram semelhantes às que apontaram uma eficácia de 92,1% da primeira dose da vacina mRNA-1273 da Moderna, de acordo com a carta lançada na quarta-feira (17).
Em sua resposta, a Pfizer disse que regimes de dosagem alternativos da vacina ainda não foram avaliados e que a decisão cabe às autoridades de saúde.
Alguns países que sofrem com suprimentos baixos estão estudando padrões ou volumes de dosagem que diferem de como as vacinas foram avaliadas em testes clínicos.
Existem diferenças quanto aos méritos de tais estratégias — há quem argumente que a urgência da pandemia exige flexibilidade, enquanto outros se opõem a abandonar abordagens baseadas em dados em nome da celeridade.
Skowronski e De Serres alertaram que pode haver incerteza sobre a duração da proteção com uma única dose, mas disseram que a administração da segunda dose um mês depois da primeira oferece “pouco beneficio adicional no curto prazo”.
Skowronski trabalha no Centro de Controle de Doenças da Colúmbia Britânica, e De Serres no Instituto Nacional de Saúde Pública do Québec.
No Reino Unido, autoridades dizem que dados sustentaram sua decisão de adotar um cronograma de 12 semanas para a vacina contra Covid-19 da Pfizer. Tanto a Pfizer quanto a parceira BioNTech alertaram que não têm indícios para prová-lo.
A vacina da Pfizer é indicada para ser tomada com 21 dias de intervalo.
A FDA e a Agência Europeia de Medicamentos se atêm ao intervalo observado nos testes.
Reuters, em Bangalore/CNN Brasil*