O leitor não se espante com o que aparecer nas telas dos seus computadores neste final de semana. A tropa de choque foi convocada, as armas estão devidamente azeitadas e o exército da fofoca autorizado a baixar a lenha em Ricardo Coutinho.
Tudo vale e vale tudo, desde que seja contra o mago.
Na terça-feira o STJ se reúne para apreciar o pedido do Ministério Público para que ele retorne à cadeia e a ordem é escrachar para impressionar os ministros. E ai do ministro que não entrar na dança tocada pelos fofoqueiros. Vai apanhar. Do pescoço pra baixo tudo será canela e quem for fraco que se quebre.
A turma anda tão atrevida que não respeita nem mesmo as chamadas autoridades constituídas.
O ministro Napoleão Maia está na mira dos escrotos somente porque concedeu uma liminar libertando Ricardo Coutinho.
Que ministro mais atrevido! Pau nele! E em que pensar como ele.
Mas o que há na verdade é uma trama para tirar Ricardo Coutinho de cena.
Ricardo é uma ameaça à ambição política de um grupo que, pelo voto, jamais o derrotaria.
E o que se faz, então, é imitar o que fizeram com Lula.
Primeiro acabar com a sua reputação e em seguida botá-lo na cadeia para impedir que se candidate a algum cargo eletivo.
Se com Lula deu certo, com Ricardo tem que dar.
E tome lapada, escracho, esculhambação, desrespeito.
Nunca um homem público foi tão enxovalhado, esculhambado e desrespeitado como está sendo Ricardo Coutinho pela turma do escracho.
E que turma, hein!
Nós sabemos a história de cada um.
E lamentamos que a Paraíba tenha descido tanto.
Dizem que Ricardo Coutinho é o chefe de uma Orcrim.
Oh Orcrim abençoada!
No tempo dela a saúde funcionava.
A segurança era respeitada.
Os salários não atrasavam
Fornecedores recebiam em dia.
As estradas asfaltadas se alastravam pelos quatro recantos do Estado.
E os açudes e as adutoras se multiplicavam.
Políticos do Rio Grande do Norte pediam para o governador da Paraíba se tranferir para lá e acabar com a crise vivida pelo vizinho.
Camará mal construída por um governo e destruída por outro, foi reconstruída pela “Orcrim” e hoje está lá, majestosa, cheia d`água e segura.
E quando o chefe da Orcrim deixou o Governo, entregou ao substituto um saldo bancário de 300 milhões de reais.
Hoje as Upas estão paradas porque os funcionários não recebem.
O Trauma voltou a enfrentar as filas de pacientes.
O problema das macas retidas está de volta.
Vi policiais empurrando viaturas no interior, por falta de gasolina.
E os grupos de bandoleiros disparam durante a noite suas metralhadoras nos bairros da cidade.
O leitor já parou para pensar nisso?
Pois se não parou, pare e pense.
Não vá na onda das viúvas do passado.
Essas viúvas, de tão manjadas, não encontram mais maridos que aceitem habitar suas alcovas.
Fonte: Blog Tião Lucena
Tião Lucena, nascido e criado no Sertão, é jornalista desde 1975, tendo começado em A União como repórter e trabalhado em O Norte, no Correio da Paraíba, no Jornal O Momento e no jornal de Agá.