Partidos fazem parte da base de sustentação do governo Dilma e ambos foram citados no esquema de corrupção da Petrobras
Em entrevista coletiva concedida no final da manhã deste sábado (18) em Porto Alegre, o candidato do PSDB à presidência da república, Aécio Neves, admitiu que contará com o PMDB e o PP em um eventual governo tucano
Ambos os partidos fazem parte da base de sustentação do governo Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, e foram listados como legendas beneficiárias de um esquema de corrupção na Petrobras. Neves participou de eventos de campanha na capital gaúcha.
Segundo depoimentos do ex-presidente da Petrobras Paulo Roberto Costa, durante as investigações da Operação Lava Jato, PT, PP e PMDB foram beneficiados com recursos de contratos superfaturados da estatal. Ao todo, 3% dos contratos da Petrobras iam para estes partidos, conforme Costa. Dos valores de cada contrato da estatal, 2% iria para o PT; 1% para o PMDB e 1% para o PP, conforme os depoimentos de Costa.
Neste sábado, Neves disse que contaria com o apoio dos dois partidos. Mas afirmou que contaria com o reforço da “parte boa” das legendas, algo semelhante ao que vinha sendo dito pela ex-candidata Marina Silva (PSB), no primeiro turno da campanha presidencial.
“No que depender de mim a base, o núcleo de um futuro governo, está aqui representado nessa fotografia: PSDB, PSB e esse lado tão bom que o PMDB tem representado aqui no Rio Grande do Sul (em referência ao senador Pedro Simon – PMDB-RS). Esse é meu PMDB e essa é a base de um novo projeto para o Brasil, ao lado também do PP do Rio Grande”, afirmou o Senador.
“[Há] uma aliança, como a que estamos fazendo, ela se dá em torno de um grande projeto de país”, explicou Neves. “Numa eleição de segundo turno, outras forças políticas nos apóiam, talvez até pela exclusão, talvez até por compreenderem que o Brasil não merece continuar por mais quatro anos sendo governado como está”, analisou Aécio.
Durante essa semana, o líder do PMDB da Câmara, Eduardo Cunha, sinalizou que o partido poderia apoiar um governo tucano no ano que vem. A declaração irritou o presidente da legenda e vice-presidente da república, Michel Temer expondo a divisão interna que vive o partido neste segundo turno.