Os estudantes gravaram cerca de 10 vídeos relatando os preparativos para o massacre

Por Davi Cruz*, Darcianne Diogo e Jaqueline Fonseca/Correio Braziliense
Dois adolescentes, de 17 anos, foram flagrados planejando um massacre a escolas do Distrito Federal. Os alunos do 2º ano do ensino médio gravaram vídeos fabricando armas artesanais e preparando o ataque. A coordenação da instituição, ao identificar o plano, acionou imediatamente a Polícia Civil do DF (PCDF), que iniciou as investigações.
Em conversas interceptadas pela polícia os menores falavam em fóruns na internet que “iriam entrar para a história”. Nas redes, eles usavam nomes que fazem referência a atiradores de um massacre nos Estados Unidos.
Os jovens mantinham um site próprio onde propagavam discursos de ódio contra mulheres, negros e pessoas LGBTQIAPN+, além de fazerem apologia ao nazismo. ara ampliar o alcance, utilizavam também o TikTok. Algumas contas foram banidas pela plataforma devido ao conteúdo extremista. O site foi removido do ar em junho deste ano, depois que a mãe do menor descobriu a página e obrigou o adolescente a apagar o conteúdo.
A polícia reuniu um grande material comprobatório que inclui transmissões, vídeos e conversas em aplicativos e fóruns da internet que mostram os menores em atividades análogas a diversos crimes como ameaças e nazismo.
O ataque
Os adolescentes planejavam o ataque à escola para meados de setembro. Em um dos vídeos, os menores planejam a data do ataque a uma escola. Um deles diz ao outro que a data inicial não seria possível pois alguns itens ainda não estavam prontos. O adolescente afirma que quer comprar uma arma de fogo de forma ilegal.
Um dos menores sugere: “Eu estavapensando em outra data. Que tal no seu aniversário? Até lá já vai estar tudo pronto. O presente vai ser atirar, matar gente”, disse um deles. O outro reage: “Vou virar maior de idade aí já posso ir preso”. “Já pode ir para o inferno”, comentou.
O que diz a secretaria de educação
A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informou em nota que, ao tomar conhecimento do caso, adotou todas as medidas cabíveis e encaminhou o caso à Polícia Civil, que já investiga os fatos. Segundo a nota oficial, o caso continua sendo acompanhado de perto. “A Diretoria de Apoio à Saúde dos Estudantes (Diase), prestará assistência aos estudantes envolvidos e oferecerá suporte às escolas afetadas. Demais informações acerca dos estudantes não serão fornecidas para a preservação dos menores. A pasta reafirma seu compromisso com a segurança, o bem-estar e o acompanhamento integral de todos os estudantes, adotando todas as providências necessárias para o esclarecimento e resolução da situação”, informa a nota.
*A reportagem omitiu o nome da escola em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).