De gravata amarela, Julian Lemos foi três vezes alvo da legislação, após ser acusado de agressões contra mulheres
Brasília — O anúncio da futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, foi feito ao lado de quatro homens, entre eles o deputado federal eleito Julian Lemos (PSL-PB).
Além de gravata amarela, sua presença chamou a atenção no pronunciamento por seu histórico de acusações. O futuro parlamentar foi alvo da Lei Maria da Penha três vezes por acusações de agressões contra mulheres.
Coordenador da regional do Nordeste na campanha bolsonarista e nomeado para a equipe de transição, Lemos é investigado em um inquérito policial por lesão corporal contra a irmã, Kamila Carla Bezerra.
Ela alegou ter sido agredida por murros, empurrões e ter sido arrastada pelo pescoço em janeiro de 2017 pelo irmão.
Laudo do IML confirmou que ela recebeu agressões. A última movimentação processual é a certidão de que uma audiência preliminar marcada não foi realizada.
O deputado também foi acusado duas vezes por Ravena Macieira Coura, ex-mulher, por agressão, e chegou a ser preso em flagrante, mas os dois casos foram arquivados depois de ela retirar as acusações.
Lemos atua na equipe de transição como coordenador do grupo técnico de Desenvolvimento Regional. Ele recebe salário de R$ 13.036,74 para exercer a função.
Participação feminina
Damares, que é advogada, educadora e pastora evangélica, é a segunda mulher anunciada para compor o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, que já conta com 21 ministérios. A outra indicada é a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Na semana passada, Bolsonaro disse que foi pressionado pela bancada feminina para criar um ministério que contemplasse os direitos das mulheres. “Existe um pedido da bancada feminina, elas estão aqui. Vocês (mulheres) querem o vigésimo segundo ministério”, disse.
Diante da incerteza sobre a pasta, Bolsonaro chegou a dizer que haveria “um ministério que vai envolver tudo isso aí, mulher, igualdade racial”.