Ontem, o principal índice da bolsa de valores caiu 1,06%, na 10ª retração consecutiva; última vez em que o índice caiu 10 vezes seguidas foi em 1984.
Ibovespa opera em alta nesta terça-feira. — Foto: Pixabay
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, inverteu o sinal e passou a cair nesta terça-feira (15), acompanhando mau humor do exterior, com investidores repercutindo dados abaixo do esperado da economia chinesa.
Às 12h, o índice caía 0,26%, aos 116.507 pontos. Veja mais cotações.
O que segura o índice de uma queda mais acentuada são as ações da Petrobras, que avançam cerca de 3% após a companhia anunciar um aumento nos preços dos combustíveis, com alta de R$ 0,41 na gasolina e de R$ 0,78 no diesel.
No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 1,06%, aos 116.810 pontos, no menor patamar desde o final de junho. Esse foi o 10° pregão consecutivo de recuo do índice, na maior sequência de baixas desde 1984. Com o resultado, passou a acumular:
- quedas de 1,06% na semana e de 4,21% no mês;
- ganhos de 6,45% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A bolsa amanheceu no positivo neste pregão, puxada pela forte alta nas ações da Petrobras, com investidores otimistas com os reajustes nos preços da gasolina e do diesel.
Em nota, a companhia explicou que, mesmo com o fim da politica de paridade internacional, os preços precisaram passar por um aumento para que a empresa pudesse reequilibrar as contas, já que o petróleo e o dólar vivem um momento de forte alta no exterior.
No entanto, dia é marcado por uma onda de aversão ao risco vinda do exterior, o que impacta os negócios em todo o mundo e afeta o desempenho dos ativos brasileiros.
Hoje, os dados que mais recebem a atenção dos investidores vieram da China. A segunda maior economia do mundo decepcionou com os números de vendas no varejo e de produção industrial de julho. O varejo cresceu 2,5% no mês na comparação anual, enquanto as expectativas eram de alta de 4,4%. Já a indústria teve alta de 3,7%, contra os 4,6% esperados.
Os dados frustraram investidores porque, embora mostrem uma alta, reforçam a visão de que a China está passando por um período de desaceleração econômica.
Se o país asiático desacelera, isso pode gerar impactos em todo o mundo, já que se trata de um dos maiores demandantes por diversos tipos de produtos, o que pode afetar as exportações de outros países, inclusive o Brasil.
Além disso, analistas do BTG Pactual destacam que o Banco Popular da China cortou duas de suas principais taxas de juros, para tentar estimular a economia.
Investidores também seguem atentos aos rumos das taxas de juros nos Estados Unidos, hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano, no maior patamar em vários anos. Amanhã, o Fed divulga a ata de sua última reunião, que pode trazer sinalizações sobre os próximos movimentos da instituição com relação à política monetária.
Por: g1*