Arnaldo Niskier
da Academia Brasileira de Letras
Figura consagrada de do porte da Petrobrás e da Companhia Vale do Rio Doce Joel Mendes Rennó, hoje integra o Conselho de Notáveis da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, onde tenho a honra de sentar ao seu lado. Acaba de lançar o livro “Trajetória de uma vida”, interessante sob todos os aspectos.
Como bom mineiro e seguindo a orientação do presidente Ernesto Geisel, recomenda que as reformas sejam lentas, graduais e seguras, “para serem duradouras”. É a opinião de um verdadeiro vencedor.
Foi um defensor ferrenho das mudanças na legislação e assim compareceu a muitas conferências esclarecedoras em universidades brasileiras. Com esse expediente conseguiu atrair para as grandes empresas novos acionistas, que vieram dos Estados Unidos, da Espanha e da França. Marcou de forma exitosa o fim vitorioso de um ciclo.
Passou pela presidência da Braspetro e, na sua biografia, deve ser assinalado que brilhou igualmente na Secretaria de Obras do Estado de São Paulo e passou três anos como professor de Engenharia Elétrica na Universidade Mackenzie, uma bela referência do ensino superior brasileiro.
Foi um bom amigo de outro empresário bem sucedido, Eliezer Batista. “Foi um brasileiro muito ousado em seu pensamento estratégico para o nosso país.” E repeliu as acusações indevidas de que era comunista: “Era um mineirinho poliglota de Nova Era, completamente fora da curva.”
No livro mencionado, Rennó em várias ocasiões se refere com muita simpatia ao ex-ministro Shigeaki Ueki, de quem se tornou amigo. Por sua indicação, assumiu a vice-presidência executiva da Petroquisa, com o registro de que missão cívica não se discute, dando um impulso vigoroso ao setor. A Petroquisa era acionista de mais de 30 empresas.
Deve-se anotar, na sua brilhante carreira, que Joel Rennó teve sempre a carinhosa companhia da sua esposa Magaly, que nunca lhe faltou com o seu apoio. Isso fica claro no excelente livro a que nos referimos.