Não sei muito sobre a vida de Bertrand, só que era novo e frequentava alguns botecos na Asa Sul, entre os quais o Cabanas, o Lambisco e a Embaixada do Piauí, mas quadras 314 e 313.
O dono da Embaixada, Alencar, é chegado a dar diagnóstico sobre os fregueses. Ele orientou Jair Senador a parar de beber, mas não foi ouvido. Em menos de um ano, o freguês morreu de cirrose.
Certo dia, ele chamou o filho de Seu Waterlloo e opinou que o pai dele não estava bem. Pelo aspecto da pele e dos olhos, deveria se submeter a exames e parar de beber até receber os resultados. Não deu outra, o paciente teve de fazer transplante de fígado. Até hoje frequenta o bar diariamente, após o trabalho, mas só bebe cerveja sem álcool.
O mesmo diagnóstico ele deu para Betrand. O problema parecia ser sério.
Diagnosticada a cirrose hepática, Bertrand passou um tempo internado. Saiu há duas semanas.
No sábado, resolveu que estava apto a tomar umas cervejas. Passou na Embaixada, foi advertido por Alencar, mas acabou tomando duas geladas. Sem clima, resolver ir para o Cabanas, na quadra ao lado, onde tomou mais duas.
Não se queixou de nada, foi para o carro, sentou-se no banco do motorista e de lá partiu desta para uma melhor. Nem se despediu direito dos amigos. Os peritos o acharam com as duas mãos para o alto, como se pedisse a salvação a Deus.