segunda-feira, 21/07/25

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A poesia não é de quem faz, mas de quem precisa dela*

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Miguel Lucena

Há quem diga que poesia é vaidade de quem escreve, exibicionismo de alma em forma de verso. Mas quem já foi salvo por um poema sabe: a poesia não é de quem faz, mas de quem precisa dela.

Ela mora no silêncio de uma madrugada insones, no café frio esquecido na xícara, no abraço que faltou. Poesia é aquela frase que a gente repete baixinho quando a vida pesa, é o empurrão suave que faz o coração continuar batendo.

O poeta apenas abre a porta; quem entra é quem carrega saudade, amor ou esperança no bolso. A poesia é como um pão quente na mesa: nasce das mãos do padeiro, mas só ganha sentido quando alimenta alguém faminto.

No fim, o verso é um bilhete de resgate jogado ao mar. Se alguém encontrar, se alguém precisar, se alguém se emocionar, então a poesia cumpre o destino que nem o próprio poeta ousou imaginar.

*Frase dita pelo carteiro Mário, em diálogo com Pablo Neruda, no filme O carteiro e o poeta.

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