A vida de Robert Johnson é tão rodeada de mistérios que não se sabe nem ao certo qual foi a sua data de nascimento. Ele nasceu em uma pobre família de lavradores que além da fome e escassez de recursos, ainda sofria enorme discriminação racial.
Foi aos dezesseis anos que, cansado da árdua e pacata vida de lavrador, decidiu pegar a estrada e se dedicar à sua verdadeira paixão, a música. Ia de bar em bar tocando por alguns trocados e embalando a noite com sua música, cujas letras refletiam sua intensa solidão, romances que encontrava em suas andanças, a vida tortuosa e o horror enfrentado por ele e a grande maioria dos negros na época da grande depressão.
Segundo a lenda, munido de seu velho violão e uma garrafa de whisky, Johnson caminhou até o cruzamento da rodovia 61 com a 49 em Clarkdale (Mississipi) e na encruzilhada teria feito um ritual invocando um demônio para realizar um pacto no qual venderia sua alma em troca de ser o maior ‘tocador de blues’ de todos os tempos.
O demônio então tomou o violão de Johnson para si e o afinou um tom abaixo do comum. O pacto foi selado e Johnson e seu companheiro das trevas teriam tomado o whisky juntos e marcado um novo encontro para dez anos a frente, onde nesta data, o demônio retornaria e levaria a alma de Robert.
Verdade ou mito, tudo o que podemos afirmar é que Robert Johnson foi um dos maiores e mais influentes músicos de todos os tempos.
Adel Bezerra
Jornalista