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Miguel Lucena
Algumas autoridades ainda não entenderam a importância do papel exercido pela Polícia Civil no Distrito Federal, em especial na Capital da República.
Desde o início dos anos 2000, a área de Inteligência da PCDF tem produzido conhecimentos e ajudado a desmantelar células do crime organizado, sobretudo do PCC, no Distrito Federal. Imagine a facção de Marcola controlando regiões do DF e praticando atentados contra as sedes dos poderes da República e das dezenas de embaixadas sediadas em Brasília?
Desde a última rebelião, em 2001, a troca de informações entre as inteligências do DF tem impedido que o crime organizado controle os presídios e as ruas do Distrito Federal, cuja população já ultrapassa a casa dos 3 milhões.
O DF é o único ente federativo que mantém todas as delegacias abertas 24 horas, o que exige sacrifício por parte dos policiais, cujos salários estão congelados há 10 anos. De profissionais mais bem pagos do País, passaram a ocupar a 21ª colocação.
Mantida e organizada pela União, a PCDF é cedida ao Distrito Federal, que exerce o comando administrativo da Instituição.
O mesmo ocorre com a PMDF e o Corpo de Bombeiros, razão por que não entendi quando o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao defender a criação da guarda nacional, alegou que o Governo Federal terceirizava para o GDF a segurança dos prédios do governo e das embaixadas.
Algumas investigações importantes partiram daqui, como a revelação sobre o mandante das mortes dos fiscais em Unaí/MG e o escândalo dos Anões do Orçamento, cujo operador só resolveu falar depois que a PCDF descobriu que ele arquitetou o assassinato da esposa.
Planos, documentos e os estatutos do PCC foram descobertos após investigações realizadas no Distrito Federal, em 2001.
Para além do aspecto repressivo, a PCDF foi quem capitaneou o processo de mudança no Código de Processo Penal em relação ao auto de prisão em flagrante e contribuiu com sua expertise para a criação do Banco Nacional de DNA de autores de crimes sexuais.
E mais, informa o site da Asbrapp:
a) Ajudou a identificar as vítimas de um incêndio em um supermercado de três andares em Assunção, no Paraguai, que deixou 374 mortos.
b) Trabalhou no segundo maior desastre aéreo brasileiro, quando duas aeronaves voando em direções opostas chocaram suas asas esquerdas no ar. As 154 pessoas que estavam a bordo do Boeing 737-800 da Gol, entre tripulantes e passageiros, morreram na queda na mata densa da Amazônia.
c) Contribuiu nas investigações de 513 mortes e 1.090 feridos em um tremor de 8 graus na escala Richter que arrasou a costa do Peru.
d) Integrou em 2011 a Comissão Nacional da Verdade (CNV), que investigou as violações de direitos humanos cometidas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988, e identificou 434 casos de mortes e desaparecimentos, como aqueles da Guerrilha do Araguaia. Ao mesmo tempo, identificou desaparecidos políticos daquele período pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMPD).
e) Peritos da PCDF ajudaram a identificar 160 corpos dos mortos na tragédia ocorrida em Brumadinho, Minas Gerais, em 2019.
Excelência: para definir uma Polícia como esta, uma palavra basta!
