Irapuan Sobral
É estranho como a guerra
nas entranhas
ganha a nossa terra.
A mesma face de sangue
nas crianças e nas mães.
As mesmas ruínas!
A morte!
A morte!
O crime!
O crime!
A guerra é um crime sem código.
Ruins são os governos e as fronteiras,
sobre as quais se estende a guerra.
Sabe Deus!
Lúcifer quer dizer poder!
Satanás é o adversário!
Diabo é o acusador.
Demônio é o ego.
Caim quer dizer medidas!
“Se insistem em ter um rei, saibam que este recrutará os vossos filhos e os porá a correr diante dos seus carros. Outros serão tomados para fazerem as guerras como soldados e oficiais, enquanto outros ainda irão trabalhar para os campos; forçá-los-ão a lavrar as terras da coroa e a ir para as ceifas sem remuneração; terão também de fazer as armas de guerra e os apetrechos dos carros de combate. Levará as vossas filhas, obrigando-as a trabalhar como cozinheiras, pasteleiras e perfumistas na sua corte. Tomará para si as vossas melhores terras, vinhas e olivais, dando-as aos seus amigos. Levará igualmente o dízimo das vossas colheitas e o distribuirá pelos seus favoritos. Tirar-vos-á também os vossos criados e o melhor da vossa juventude; usará os vossos animais para seu proveito pessoal. Pedir-vos-á a décima parte dos vossos rebanhos e vocês mesmo deverão ser seus escravos. Haverão de derramar lágrimas amargas por causa desse rei que agora estão a pedir, mas nessa altura o Senhor não vos há de ajudar.”
Desde o paraíso que, de todas as criaturas, a humana é a única com Estado, governo, poder, leis, julgamentos, políticos – e guerra!
A guerra é uma antiga notícia que se renova.
Adão é terra!
Eva é vida!
Abel é um sopro!
A vida na terra está por um sopro!
‘Stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus.’