“Ele vai chegar em lugar que todo mundo vai jogar pedra nele? Está uma equipe robusta lá, com capacidade para levar adiante a estratégia de negociação”, defendeu o general ao justificar a ausência do chefe do Executivo
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira (29/10) que o presidente Jair Bolsonaro receberia “pedra” caso comparecesse presencialmente à COP-26, a Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima, em Glasgow, na Escócia. A reunião começa neste domingo (31). Sobre a ausência do chefe do Executivo, o general alegou que o Brasil tem uma “equipe robusta” para representá-lo.
“Você sabe que o presidente Bolsonaro sofre uma série de críticas. Então, ele vai chegar em lugar que todo mundo vai jogar pedra nele? Está uma equipe robusta lá, com capacidade para levar adiante a estratégia de negociação”, apontou, na chegada ao Palácio do Planalto, a jornalistas.
Mourão é presidente do Conselho da Amazônia e chegou a se oferecer para representar o país no encontro. Porém, Bolsonaro destacou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Teixeira Leite, para a reunião. Segundo o vice-presidente, a negociação na conferência “não é simples”, porque envolve muitos países e nem todos estariam dispostos a realizar mudanças na área.
“É uma negociação que envolve 190 países. Não é simples. A gente pergunta: todo mundo quer mudança? Todo mundo quer. Mas quem quer mudar? Todo mundo tem que mudar para a gente atingir os objetivos”, acrescentou.
Barreiras ao agro
Mourão finalizou dizendo que há interesses políticos embutidos no encontro, além de tentativas de barreiras ao agronegócio brasileiro por parte de alguns países.
“A maioria das pessoas que tem realmente uma consciência ambiental maior é de esquerda, então, há crítica política embutida nisso aí. E tem a questão econômica: sempre uma busca de uma barreira em relação à pujança do nosso agronegócio, querendo dizer que ele provém de área desmatada da Amazônia, o que não é uma realidade. E, óbvio, sobre a questão ambiental embutida”, disse.
Bolsonaro embarcou na noite de ontem para a Itália onde participará da reunião de cúpula do G20. Lá, o presidente ainda receberá o título de Cidadão Honorário de Anguillara Veneta, cidade de origem da família do chefe do Executivo. Ele chegou em Roma nesta sexta-feira.