Por Miguel Lucena
O blogueiro Oswaldo Eustáquio e a ex-deputada Cristiane Brasil estão no centro de uma conspiração para tomar a Direção Nacional do PTB, depois que o presidente Roberto Jefferson foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Uma fonte do partido revelou que a conspiração envolve ataques combinados à vice-presidente nacional da legenda, Graciela Nienov, e seus aliados.
A função de Eustáquio, em prisão domiciliar depois de ficar preso na Papuda sob a acusação de espalhar fakenews contra os poderes da República, seria produzir matérias negativas contra a Direção do PTB, no que seria apoiado por Cristiane Brasil, descrita pela fonte como “um pote até aqui de mágoa” com Roberto Jefferson, seu pai, porque o dirigente partidário não transferiu o comando do partido a ela como herança familiar.
“Pensaram que Roberto Jefferson já tinha morrido”, comentou a fonte petebista.
Nessa cruzada, o grupo conseguiu recrutar o ex-tesoureiro Luiz Rondon, do PTB, que passou a vazar informações financeiras para Oswaldo Eustáquio, auxiliado nos releases por Sandra Terena, mulher do bloqueiro.
O grupo é composto também pelos deputados Antônio Albuquerque (AL), Wilson Santiago (PB), Pedro Bezerra (CE) e Pedro Lucas Fernandes (MA).
O grupo conta ainda com a ajuda de um advogado do Podemos, que ingressou no TSE pedindo o afastamento de Roberto Jefferson da Presidência do PTB, por estar preso acusado de ataques ao Supremo, e de Graciela Nienov, por suposta gestão temerária da legenda.
O que o Podemos tem a ver com as questões internas do PTB?
O que esse grupo tem conversado com a direção do futuro partido do ex-juiz Sérgio Moro? São perguntas que, de acordo com a fonte, os conspiradores não conseguem responder.
A iniciativa judicial objetiva forçar a realização de uma nova eleição para a Direção do PTB, em 60 dias. Nesse interregno, o secretário jurídico do partido, advogado Luiz Gustavo, assumiria o comando, abrindo o caminho para a derrocada de Roberto Jefferson.
A ganância pelo comando da legenda aumentou com a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro se filiar ao PTB. A retirada de Roberto Jefferson e de Graciela Nienov seria providencial para que o grupo conspirador consolidasse sua importância junto ao presidente e seus filhos, tornando-se uma força independente até do Centrão.
A queda de Roberto Jefferson, na opinião da fonte, agradaria também a esquerda, que nutre ódio pelo ex-deputado, delator do esquema do mensalão do PT.
Para Oswaldo Eustáquio, esta seria sua última cartada, depois de peitar a ministra Damares Alves, a quem teria ameaçado com segredos íntimos, atacar de encomenda as empresas Tecnobank, Place TI e B3, após ser contratado pela Infosolo, cujo nome mudou para Logo IT, e sugerir acordo à Tesouraria do PTB para não divulgar notas fiscais que lhe foram vazadas por Luiz Rondon, afastado do cargo sob a suspeita de violar o sigilo profissional.
Após atuar na esquerda, como admirador de Che Guevara, realizar protestos em defesa da Rede Globo no Pará e da noite para o dia se apresentar como militante de direita, qual será o próximo passo de Oswaldo Eustáquio? Talvez o advogado do Podemos tenha a resposta.