Após cerca de dois anos de impasse na Justiça, parlamentar teve autorização do Tribunal Superior Eleitoral para se desfiliar do PDT sem perder mandato.
A deputada Tabata Amaral anunciou sua filiação ao PSB em entrevista ao Conversa com Bial na madrugada desta sexta-feira (17). Após cerca de dois anos de impasse na Justiça, a parlamentar teve autorização do Tribunal Superior Eleitoral de se desfiliar do PDT sem perder o mandato.
“Como alguém que acredita em partidos e ficou dois anos nessa luta para conseguir o direito de se filiar a um novo partido, eu vou para o PSB, foram muitas conversas, e vou muito feliz”, disse Tabata.
“O PSB, dentro do campo progressista, tem muita clareza do seu papel no combate a esse governo tão autoritário, tão incompetente e tão corrupto que infelizmente lidera nosso país hoje”.
O novo partido da deputada é o mesmo do prefeito de Recife, João Campos (PSB), namorado de Tabata.
“A minha trajetória na política é independente e a conversa com todos os partidos foi muito independente, e para ser muito sincera, acho tão natural que eu e o João estejamos no mesmo lugar, porque a gente têm uma visão de Brasil que é muito compartilhada”, disse a deputada.
A deputada também foi questionada se apoiaria uma possível candidatura de Márcio França (PSB) e Geraldo Alckmin (PSDB) para o governo de São Paulo em 2022, mas disse que ainda era “muito cedo” para ventilar os cenários do ano que vem.
Desfiliação do PSD
No final de maio deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral autorizou a desfiliação de Tabta do PDT sem a perda do mandato parlamentar.
A Resolução 22.610/2007 do TSE prevê a desfiliação com a manutenção do mandato se houver justa causa, como incorporação ou fusão do partido; criação de novo partido; mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; grave discriminação pessoal.
Por 6 votos a 1, o tribunal entendeu que o tratamento dado pelo PDT a Tábata por ela ter votado a favor da reforma da Previdência configurou justa causa.
Relator do caso, o ministro Sérgio Banhos concluiu no voto que houve “quebra das expectativas” por parte do PDT e veiculação de conteúdo “ofensivo” contra o grupo político integrado por Tábata.
Para Banhos, ficou comprovada “a grave quebra de isonomia entre filiadas que estavam em situação de igualdade no que tange à prometida liberdade de atuação no Congresso Nacional e à submissão às regras intrapartidárias de fidelidade partidária.” (G1)