Prejuízo é maior para trabalhador com menor qualificação e informal. Empregados com ensino superior não devem ver mudança no salário
Felipe Menezes/Metrópoles
Um relatório elaborado pelo Banco Mundial afirma que os efeitos da pandemia sobre a economia podem durar por mais nove anos no Brasil. As áreas mais afetadas são os empregos e salários.
O estudo Emprego em crise: Trajetórias para melhores empregos na América Latina pós-Covid-19, publicado nesta terça-feira (20/7), diz que países da região tendem a demorar para se recuperarem quando há perda de emprego em crises econômicas.
“No Brasil e no Equador, embora os trabalhadores com ensino superior não sofram os impactos de uma crise em termos salariais e sofram apenas impactos de curta duração em matéria de emprego, os efeitos sobre o emprego e os salários do trabalhador médio ainda perduram nove anos após o início da crise”, descreve o relatório.
De acordo com o estudo, a razão para a crise perdurar é que a entrada de novos trabalhadores no mercado ocorrerá ainda em um momento de crise. E, com um início de carreira difícil, não conseguem se recuperar.
Atualmente, há 14,8 milhões de pessoas sem trabalho no país. No ano passado, havia 3 milhões de pessoas em busca de emprego há pelo menos dois anos. Isso significa que, durante a pandemia, o grupo que faz parte desse recorte teve acréscimo de 412 mil profissionais, o que representa uma alta de 13,4%.
O efeito será maior para os trabalhadores menos qualificados, ou seja, sem ensino superior. Segundo o Banco Mundial, isso pode significar um aumento no desemprego e na formalidade, além de redução dos salários. Já trabalhadores com ensino superior não devem ter mudanças significativas nos salários.
O Banco Mundial recomenda, no relatório, que o Brasil promova modificações no seguro-emprego e foque em políticas de inclusão de trabalhadores informais no mercado de trabalho.