Além de engenheiros da Secretaria de Obras e Infraestrutura, o GDF contratou uma empresa que supervisiona cada etapa de uma das maiores obras do DF
Para tirar do papel uma das maiores obras da capital, a do Túnel de Taguatinga, é necessária uma fiscalização intensa do início ao fim. Além de fiscais da Secretaria de Obras e Infraestrutura (SO), o governo local também contratou uma empresa que supervisiona a execução dos serviços.
Engenheiros dos consórcios que participam da construção da estrutura, que vai beneficiar 137 mil motoristas e gera 1,7 mil empregos, e da Caixa Econômica Federal (CEF) – instituição que financiou o investimento de R$ 275,7 milhões – também participam dessa vistoria diária.
O secretário de Obras e Infraestrutura, Luciano Carvalho, explica que a supervisão das obras começou desde a elaboração dos projetos. “O projeto básico foi desenvolvido por uma equipe de engenheiros da secretaria. Já o executivo, que é mais complexo e detalhado, foi executado pelo consórcio vencedor da licitação e aprovado por nós, pela Novacap [Companhia Urbanizadora da Nova Capital], DER [Departamento de Estradas de Rodagem] e a empresa que contratamos para supervisionar as obras”, lembra.
Segundo o subsecretário de Acompanhamento e Fiscalização de Obras da SO, Ricardo Terenzi, os projetistas do consórcio têm vasta experiência em obras dessa magnitude. “São os mais renomados do país, com expertise para fazer esse tipo de projeto. Eles já ajudaram a construir túneis em outras cidades, como São Paulo, e em outras capitais do Brasil e do mundo. Ou seja, conhecem muito bem esse tipo de estrutura”, ressalta.
“Há um fiscal para checar o andamento dos projetos executivos e um em campo para verificar se os serviços que estão sendo realizados estão de acordo com o projeto. Um profissional fica a cargo da interface com os outros órgãos e outro fazendo as auditorias dos contratos”Bruno Almeida, um dos engenheiros responsáveis pela obra
Dia a dia
No canteiro de obras foram montados 16 contêineres que abrigam os profissionais que fiscalizam as obras todos os dias, das 7h às 22h. “Há um fiscal para checar o andamento dos projetos executivos e um em campo para verificar se os serviços que estão sendo realizados estão de acordo com o projeto. Um profissional fica a cargo da interface com os outros órgãos e outro fazendo as auditorias dos contratos”, informa um dos engenheiros responsáveis pela obra, Bruno Almeida.
Os fiscais, a empresa supervisora e os consórcios participam de reuniões três vezes por semana para acompanhar, de forma integrada, o andamento da obra. “Discutimos as pendências e criamos soluções para o desenvolvimento dos serviços. Isso é importante para que os trabalhos não parem”, afirma Bruno Almeida.
De acordo com o diretor de um dos consórcios, que participou da construção do Túnel do Aeroporto de Brasília, não há obras na capital com esse nível de controle e fiscalização. “O concreto utilizado na obra, por exemplo, é testado pela nossa empresa e pela supervisora. É um trabalho diário onde cada etapa é supervisionada”, comenta Rodrigo Magalhães.
“Antes de começar as obras, vistoriamos todas as edificações, postos de gasolina, metrô, tudo que estava ao redor de onde seria construída a estrutura para verificar as fundações, se tinham alguma patologia, deformação”, relembra o diretor. “Esse monitoramento continua todos os dias para que tudo continue ocorrendo com segurança”, reforça Rodrigo Magalhães.
Obra
Com previsão de entrega para 2022, a construção das paredes de diafragma – que fazem parte da fundação do túnel – está em fase de finalização. A próxima etapa é a execução de vigas e lajes. A passagem subterrânea fará uma ligação para motoristas que trafegam no sentido Ceilândia, pela Avenida Elmo Serejo, além de oferecer uma via alternativa pela superfície para o centro de Taguatinga. Isso evitará a retenção de veículos nos semáforos do centro da cidade.
Com a conclusão da obra, os carros que estiverem na Avenida Elmo Serejo, sentido Plano Piloto, vão entrar pelo túnel e sair na Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Do outro lado, aqueles que chegarem a Taguatinga pela EPTG também passarão pelo túnel até o início da Via Estádio, saindo logo após o viaduto da Avenida Samdu. Vias marginais darão acesso às avenidas Comercial Sul e Norte e Samdu Sul e Norte. A passagem subterrânea terá 1.010 metros de extensão e vai contar com duas vias paralelas, cada uma com três pistas de rolagem em cada sentido.
As melhorias não se restringem às questões de trânsito e mobilidade. A movimentada Avenida Central de Taguatinga se transformará em um boulevard arborizado, com uma paisagem inteiramente nova para a população. Ela terá foco nas pessoas e no comércio da região. Além do paisagismo, as calçadas serão revitalizadas e os estacionamentos ampliados.
Ag. Brasília*