Segundo a PCGO, duas pessoas foram presas por suspeita de serem “mensageiras” dde grupo criminoso responsável por comércio de cocaína
Goiânia – Duas advogadas foram presas nesta quarta-feira (16/6) por suspeita de envolvimento com uma facção criminosa responsável por parte significativa do comércio de cocaína em Goiás.
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) identificou também uma rede de lavagem de dinheiro usada para movimentar o dinheiro do tráfico de drogas e de outros crimes. A rede seria composta por contas de pessoas físicas, de empresas regulares e de empresas de fachada. A movimentação teria sido superior a R$ 150 milhões, de 2017 a 2020, em sua maioria de origem ilícita.
De acordo com a corporação, apesar da operação ter sido deflagrada nesta quarta, a investigação começou em 2019. Segundo informações da PCGO, outra três juristas também foram alvo da operação Patrocínio Fiel, por suposta ligação entre integrantes presos e pessoas em liberdade. A droga comercializada pelo grupo em Goiás era trazida da Bolívia.
Conforme explicação do delegado responsável pelo caso, Klayter Camilo Resende, as mulheres faziam uso das prerrogativas da advocacia para acessar integrantes da facção detidos.
“Ao invés de tratar de assuntos profissionais, da defesa dos direitos dos presos, usavam o tempo para transportar mensagens tratando sobre o tráfico de drogas, venda de armas e ataques a membros de facções criminosas rivais”, disse o delegado ao portal G1.
“Foi detectada uma rede de lavagem, não só dessas advogadas, mas também várias empresas que existem e outras que são de fachada. Além de contas bancárias de pessoas físicas que são usadas para circular o dinheiro da facção criminosa. E também pagamento de fornecedores, envios de recursos para outros estados da federação”, completou o investigador.
Durante a operação, foram cumpridos 72 mandados judiciais, sendo 39 de busca e apreensão e 33 de prisão. Oito mandados de buscas foram cumpridos em endereços vinculados a advogados suspeitos de integrar a facção.
Também foram bloqueados R$ 49,3 milhões em contas bancárias movimentadas pelos investigados, bem como sete imóveis e dois veículos, um deles blindado.