Cumprimento do calendário depende da chegada de remessas de vacina do governo federal. Datas foram divulgadas após governador João Doria prometer concluir vacinação até o fim de outubro.
O governo de São Paulo divulgou um novo calendário nesta nesta quarta-feira (2) e anunciou as datas estimadas da vacinação de toda a população do estado com mais de 18 anos. Pelo calendário, a vacinação deve ser concluída até 31 de outubro, mas dependerá da chegada de remessas de vacina do governo federal.
Calendário estimado do governo de SP
- 1 a 20 de julho: 55 a 59 anos
- 2 a 16 de agosto – 50 a 54 anos
- 17 a 31 de agosto – 45 a 49 anos
- 1 a 10 de setembro – 40 a 44 anos
- 11 a 20 de setembro – 35 a 39 anos
- 21 a 30 de setembro – 30 a 34 anos
- 1 a 10 de outubro – 25 a 29 anos
- 11 a 31 de outubro – 18 a 24 anos
Segundo Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização, o calendário foi montado levando em conta a projeção de entregas disponíveis no site do Ministério da Saúde.
A coordenadora disse ter certeza que será possível vacinar toda a população do estado acima dos 18 anos de idade até o fim de outubro “se a entrega [de doses pelo governo federal] for feita de acordo com aquilo que está projetado pelo ministério, e até uma possível redução de doses”.
“O site [do Ministério da Saúde] tem uma projeção de vacinas. E ele, a cada momento, renova essa projeção, ou incluindo ou retirando vacinas. No mês de junho tivemos, inclusive, uma redução daquilo que a gente tinha de expectativa de vacinas. O que fizemos no plano estadual? Olhando para o que está no site do ministério, fizemos até um redutor, trabalhamos com uma redução baseada nos meses que o ministério tem reduzido o quantitativo de vacinas”, afirmou Regiane.
O calendário do governo de São Paulo faz parte do plano estadual de imunização, mas as cidades têm autonomia para antecipar a vacinação de determinados grupos, conforme disponibilidade de doses. As prefeituras também têm criado exigências próprias para a comprovação de comorbidades.
De acordo com a coordenadora, a previsão é a de que toda a população adulta tome a segunda dose da CoronaVac até o final de novembro, e a segunda dose das vacinas Pfizer e Astrazeneca, até janeiro. Em 2020, Doria chegou a afirmar que toda a população do estado seria vacinada entre janeiro e fevereiro (leia mais abaixo).
“Se eu tiver a vacina do Butantan, eu farei a 2ª dose em 28 dias, então estarei muito próximo de fechar as duas doses dentro desse calendário, chegando um pouquinho em novembro com a segunda dose. Se eu tiver outras vacinas, seja a Pfizer, seja a Astrazeneca, seja outras que eventualmente cheguem ao Brasil, a gente tem que olhar, lembrando que são 12 semanas [de intervalo] para vacina da Pfizer e da Astrazeneca”, afirma.
Doria prometeu vacinação até fim de outubro
As datas foram divulgadas após o governador de São Paulo, João Doria(PSDB), afirmar que a vacinação contra a Covid-19 de todas as pessoas com mais de 18 anos no estado deve ser concluída até o final de outubro deste ano. A promessa foi feita em um post nas redes sociais nesta quarta-feira (2).
“Vamos vacinar toda a população adulta do estado de São Paulo até 31 de outubro deste ano”, disse Doria.
Em coletiva de imprensa, Doria reforçou a promessa e disse que toda a população adulta do estado estará vacinada até o dia 31 de outubro.
“São Paulo vai concluir toda a vacinação da sua população até o dia 31 de outubro. Toda a população vacinável do estado de são Paulo será vacinada até 31 de outubro. A população com mais de 18 anos estará plenamente imunizada até esta data”, disse o governador .
Diretor do Butantan viu previsão ‘otimista’
A previsão divulgada pelo governador nesta quarta é diferente da anunciada por ele próprio dois dias atrás. Na segunda-feira (31), em coletiva no Instituto Butantan, o governador havia prometido que a vacinação seria encerrada até dezembro.
No mesmo dia, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, discordou da previsão do governador e declarou que “é muito otimista chegar à vacinação de toda a população adulta até o fim deste ano”.
No seminário webinário “Direitos Já!: Desafios para uma Articulação Nacional no Enfrentamento à Pandemia”, ele disse que “a julgar pelo ritmo, isso não vai acontecer nessa velocidade em que está prevista”, referindo-se à previsão anterior de concluir a vacinação em dezembro.
“Possivelmente, nós vamos conseguir terminar a vacinação de 50 a 60 milhões, que é o que está previsto aí nessa fase inicial do PNI, na minha previsão, no final de setembro a início de outubro”. “Antes disso, não teremos essa possibilidade”, afirmou o diretor do Butantan.
Dimas destacou ainda que “o ritmo de vacinação nunca foi suficiente, em nenhum momento, para justificar uma aceleração muito grande da vacinação, mesmo tendo disponibilidade de vacinas”.
Ministro falou em concluir até o fim do ano
A previsão de vacinar toda a população do estado até outubro é diferente da estimada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em evento na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na segunda, ele declarou que “até o final do ano teremos a nossa população imunizada”.
Em reunião virtual com a Organização Mundial da Saúde (OMS) no fim de abril, o ministro disse ser “possível garantir”que toda a população brasileira será vacinada até o fim de 2021.
Promessas anteriores
Em setembro do ano passado, Doria chegou a afirmar que a vacinação para a “totalidade da população” seria feita “ao longo dos dois primeiros meses de 2021”, ou seja, entre janeiro e fevereiro deste ano – o que não ocorreu.
“Aos brasileiros de São Paulo, sim, garanto que teremos a vacina, a CoronaVac, para atender a totalidade da população de São Paulo já ao final deste ano e ao longo dos dois primeiros meses de 2021, e vamos imunizá-los”, disse Doria em setembro de 2020.
Naquele momento, o governo federal ainda não havia assinado nenhum contrato com produtores de vacinas nem havia campanha de imunização em curso.