Entre os alvos de requerimentos dos senadores estão os ministros Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil)
A CPI da Covid do Senado deve votar, a partir da próxima semana, a convocação de cinco ministros do governo federal, quatro governadores, quatro prefeitos, 13 secretários estaduais e municipais de Saúde e um membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Dos 209 requerimentos que ainda aguardam deliberação do colegiado, 134 são pedidos de convocação. Outros 73 são de convite, e apenas dois de informações.
Os requerimentos dos senadores da comissão pedem a convocação dos ministros Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (Defesa e ex-Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil e ex-Secretaria de Governo), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). O ministro Wagner Rosário, da Controladoria Geral da União (CGU), é alvo de um pedido de convite. Há ainda requerimentos para a convocação do ex-ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
A CPI deve votar também a convocação dos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB); do Amazonas, Wilson Lima (PSC); da Bahia, Rui Costa (PT); e do Pará, Hélder Barbalho (MDB). Governador do Piauí, Wellington Dias (PT) é e alvo de um convite, como representante do Fórum de Governadores.
O prefeito de Manaus (AM), David Almeida, tem o depoimento solicitado em três requerimentos. Além dele, há pedidos para a convocação dos gestores de Chapecó (SC), Ilha Bela (RJ) e São Lourenço (MG). Outro requerimento pede a convocação do ex-prefeito de Fortaleza (CE) Roberto Cláudio (PDT).
A CPI da Covid pode votar ainda a convocação dos secretários estaduais de Saúde de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte. Além deles, podem ser chamados a depor as gestoras municipais de Saúde de Manaus e de Porto Seguro (BA). Há ainda requerimentos para a convocação de ex-secretários do Amazonas, do Distrito Federal e de Fortaleza.
“Gabinete do ódio”
De todos os requerimentos que aguardam apreciação, apenas quatro têm data confirmada de votação. Eles se referem à convocação de Fabio Wajngarten, ex-secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República. Em entrevista à revista Veja, ele disse que houve “incompetência” e “ineficiência” de gestores do Ministério da Saúde para negociar a compra de vacinas. Os quatro pedidos devem ser votados na próxima terça-feira (4).
Os senadores podem apreciar ainda a convocação do chamado “gabinete do ódio”, um grupo de servidores que atua nas redes sociais da Presidência da República e é suspeito de promover uma campanha de desinformação durante a pandemia. Podem ser chamados a depor os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Gomes e Mateus Matos Diniz, além do secretário de Comunicação da Presidência, Flávio Rocha.
Os parlamentares apresentaram ainda requerimentos para a convocação do ex-comandante do Exército, general Edson Pujol. Durante a gestão dele, o Laboratório do Exército intensificou a produção de cloroquina, um medicamento sem eficácia comprovada contra a covid-19.
Quem também aparece entre os requerimentos de convocação é o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em março do ano passado, ele decidiu que governadores e prefeitos podem adotar medidas para o enfrentamento do coronavírus — assim como o presidente da República.
Os senadores sugerem ainda a convocação do diretor-geral da Polícia Federal Paulo Maiurino. Também podem ser chamados a depor o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier, e o ex-secretário do Tesouro Nacional e atual secretário especial de Fazenda, Bruno Funchal.
*Com informações da Agência Senado