TEXTO: Roberto de Sena
Ela era a alegria em pessoa. Um sorriso cativante, uma mulher forte, um símbolo de nossa amada Barreirinhas. Esta era Dona Dazinha, falecida no dia 3 de abril, sábado de aleluia, vítima de infarto fulminante. Dona Dazinha, cujo nome de batismo era Veríscima Eduardo da Silva, tinha 80 anos e espalhava alegria por todos os lugares em que andava.
Dona Dazinha era amiga da minha mãe, do meu pai, comadre da minha tia e amiga do meu tio. Me lembro quando eu ainda era criança, os filhos dela da minha idade (Ailton, por exemplo), brincávamos juntos, era uma turma enorme, que tinha Zé Domingos. Quetinho, Bim, Antonio de Cassimiro, Antonio de dona Gonçalvina e tantos outros.
A igreja de São Sebastião era apenas uma capela naquele tempo e ficava quase no meio da rua. Atrás da igreja havia um pequeno cemitério e vários pés de jatobás imensos e a gente passava tardes inteiras ali brincando. Nossa infância, embora humilde, era feliz.
Sob o olhar de dona Dazinha e das nossas mães, nos criávamos nossas próprias brincadeiras. Hoje, tenho saudades daquele tempo de inocência e fé na vida.
São essas lembranças que o falecimento de Dona Dazinha me trás neste momento. Ao receber a notícia da sua morte meu pensamento viajou para o passado e compreendi que mais um elo da corrente da minha história de vida havia se quebrado com a morte desta querida amiga que só fez o bem, só espalhou alegria e felicidade para seus amigos, vizinhos e parentes. Viveu 80 anos com vigor, com coragem, enfrentando os desafios, vencendo os obstáculos, mantendo até os últimos dias uma elegância e uma dignidade que são admiráveis.
Quando minha mãe faleceu, ela esteve o tempo todo ao nosso lado nos confortando e nos dando ânimo com aquele seu jeito simples e bondoso que consolava a nossa alma.
Agora ela parte mas deixa seu exemplo de coragem, de quem soube viver com felicidade sem dar bolas para a tristeza. Amiga Perto dela ninguém ficava triste. Ela tinha o dom de alegrar a todo mundo com suas histórias e seu jeito carismático.
Devota de São Sebastião (morou praticamente a vida inteira em uma casa ao lado da igreja), também era grande devota do Divino Espírito Santo e do Senhor dos Aflitos. Várias vezes foi andando para Romaria do Cantinho, rodeada de suas amigas.
Saudades eternas ficarão no coração de seu esposo José Mário Fernandes, dos seus filhos, Ailton (meu grande amigo), Jane, Pelé (Sandro Emílio) , Nelcivanda, Maria Emília, Edna Cássia, Erik Hans, sua irmã Dona Nem – Na casa de quem fiquei um tempo quando morei em Brasília nos anos 80), nos seus netos e bisnetos, em seus vizinhos e em todos os seus amigos.
Dona Dazinha se eternizará em nossas memórias e em nossos corações. O Céu está em festa com a sua chegada.
Fonte: Muraldooeste