Jorge Luis da Cruz Silva era assessor especial no gabinete do vice-governador, mas foi exonerado com o início das investigações
O Comando da Aeronáutica, com o apoio da Polícia Federal (PF), prendeu, nesta quinta-feira (18/3), quatro pessoas envolvidas no tráfico de 37 kg de cocaína achados em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), em junho de 2019, na Espanha. Entre os detidos, está o 2º sargento da FAB Jorge Luis da Cruz Silva (foto em destaque), que até fevereiro deste ano trabalhava como assessor especial no gabinete do vice-governador do DF, Paco Britto. O militar foi exonerado pelo vice assim que começaram as investigações.
Participação no tráfico internacional de drogas é apenas um dos motivos pelos quais o 2º sargento é investigado. Cruz Silva é suspeito de ser um dos organizadores de um bingo clandestino que funcionava no Paranoá, conhecido como Rota Certa. O local foi alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em dezembro ano passado, mas voltou a operar em 2021.
A PCDF identificou policiais militares da reserva e da ativa envolvidos com o esquema criminoso que chegava a movimentar R$ 100 mil por dia. A participação de policiais no comando da jogatina evitaria a presença de viaturas e abordagens no local que atrapalhassem a atividade contraventora.
As investigações indicaram que os responsáveis pela segurança do estabelecimento se revezam durante o intervalo dos jogos entre vigiar o espaço e anunciar o sorteio das bolas inseridas no globo. Outros fazem o atendimento no balcão do bar e também recebem o dinheiro dos apostadores, além de realizar o cadastro das cartelas.
Veja:
Tráfico internacional
Além de Cruz Silva, foram presos nesta quinta o tenente-coronel Alexandre Augusto Piovesan e o também 2º sargento Márcio Gonçalves de Almeida, além de Wikelaine Nonato Rodrigues, esposa de Manoel Silva Rodrigues, o sargento da FAB preso em 2019 quando levava cocaína para a Espanha.
Em fevereiro, o Metrópoles publicou trechos da investigação da PF que culminou na prisão dos suspeitos. As investigações apontam que Jorge Luiz da Cruz Silva tinha a função de recrutar “mulas”, militares da FAB, para o transporte de substâncias ilícitas.
Provas colhidas pelos investigadores revelam que ele tinha contato com Manoel Rodrigues por meio de mensagens de celular. Os textos enviados por Silva sempre continham a expressão “Oi, Amor” no início. Os dois se encontraram antes das viagens realizadas por Rodrigues no avião da FAB, em 29 de abril e 24 de junho. Jorge Silva trocou o celular após a prisão do sargento.
O Metrópoles tentou contato com os investigados, as empresas citadas na apuração do caso e as respectivas defesas. O espaço segue aberto.
Fonte: Metrópoles*