quarta-feira, 10/12/25

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Laboratório Central identifica 4 variantes do novo coronavírus em circulação no DF

Apenas cepas brasileiras foram encontradas na capital; mutações podem ser mais infecciosas. Pesquisadores estudam eficácia das vacinas contra novas linhagens do vírus.

Coronavírus — Foto: Getty Image
Coronavírus — Foto: Getty Image

O Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) identificou pelo menos quatro variantes do novo coronavírus que circulam em Brasília. Apenas cepas brasileiras, como a de Manaus (AM), foram encontradas na capital.

De acordo com a Secretaria de Saúde, as variantes encontradas no DF foram sequenciadas por 87 amostras. São elas: P1P2B.1.1.28 e B.1.1.143

Nesta terça-feira (9), o secretário Osnei Okumoto confirmou que pelo menos duas variantes já circulavam pela capital, mas não deu detalhes (relembre mais abaixo). 

Agora, a pasta explica que a B.1.128 foi uma das primeiras cepas a circular na capital. A P2 teve, inicialmente, registros no Rio de Janeiro, no início da pandemia, mas já circula em outras unidades da federação. 

Já a B.1.1.143 é uma linhagem identificada em diversos locais do Brasil, segundo a secretaria. A P1 é a variante encontrada, inicialmente, em Manaus. Essa cepa foi identificada na capital em pacientes que vieram do estado para tratamento em Brasília. 

Porém, de acordo com a Secretaria de Saúde, no início desta semana, houve a identificação de três casos suspeitos de transmissão da P1 dentro do DF. Os casos estão sob investigação na Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep). 

A eficácia das vacinas contra variantes do novo coronavírus ainda está em estudo. Alguns imunizantes tiveram a capacidade reduzida contra algumas mudanças do novo coronavírus, mas, de forma geral, foram capazes de induzir uma resposta do sistema de defesa do corpo contra elas (entenda abaixo). 

O Lacen-DF é responsável por analisar as possíveis variantes que circulam na capital. Desde fevereiro, o laboratório faz o sequenciamento de genomas do vírus. “Em paralelo, semanalmente são encaminhadas também amostras ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, que é o laboratório de referência nacional para as análises do DF”, informou a pasta.

Variante britânica

A Secretaria de Saúde informou que o Lacen-DF encaminhou duas amostras à São Paulo que deram positivo para a variante B.1.1.7, do Reino Unido. Entretanto, os pacientes são moradores do Entorno. 

De acordo com o Lacen-DF, o resultado dessas análises permite conhecer a rota de circulação do vírus. A partir disso, é possível saber onde é preciso intervir de maneira intensiva e implementar medidas de restrição. 

A Secretaria de Saúde ainda realiza investigação epidemiológica nos casos suspeitos e confirmados para saber se as cepas já são transmitidas entre pacientes do DF. Esse monitoramento permite implementar ações que possam diminuir a transmissão dessas variantes. 

Maior transmissibilidade

Secretário de Saúde do DF, Osnei Okumotom, em imagem de arquivo — Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Secretário de Saúde do DF, Osnei Okumotom, em imagem de arquivo — Foto: Renato Alves/Agência Brasília 

Em coletiva à imprensa, o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, confirmou que variantes já circulavam pela capital. O titular da pasta afirmou que as cepas têm um índice de transmissibilidade maior e causam um período de internação mais longo. 

Segundo Okumoto, o agravamento da pandemia nas últimas semanas é resultado do baixo isolamento e da chegada das novas linhagens do coronavírus. 

“Nós vínhamos com um índice de isolamento de 31%. Muito baixo. E isso favorece para que haja transmissão de um vírus com essa potencialidade. Como já disse, nós vamos divulgar as variantes que foram encontradas aqui no Distrito Federal, e essas variantes têm alto índice de transmissibilidade e alta permanência de internação”, disse o chefe da pasta. 

5 mil mortos e hospitais lotados

Leitos de UTI no DF — Foto: TV Globo / Reprodução
Leitos de UTI no DF — Foto: TV Globo / Reprodução 

Ainda nesta terça-feira, o Distrito Federal chegou a 5.002 mortos pelo novo coronavírus. A marca foi atingida após a Secretaria de Saúde confirmar o registro de mais 23 óbitos, sendo que 12pessoas morreram desde segunda-feira (8). 

A pasta confirmou ainda que houve 1.008 novos infectados. O número é menos da metade do que foi registrado na segunda-feira, quando a capital bateu o recorde de 2021, com 2,2 mil diagnosticados em apenas um dia. O total de infectados desde o início da pandemia chega a 309.547

A marca de mais de 5 mil óbitos de infectados pelo novo coronavírus ocorre enquanto a rede pública do DF tem taxa de ocupação de 95,8% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Levantamento desta quarta-feira, mostra que restam apenas oito vagas no sistema privado e uma lista de espera com mais de 100 nomes. 

Vacinas funcionam contra as variantes?

Profissionais de saúde aplicam vacina contra Covid-19 no DF, em imagem de arquivo — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF
Profissionais de saúde aplicam vacina contra Covid-19 no DF, em imagem de arquivo — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF 

Ainda não se sabe se as vacinas continuarão sendo eficazes contra as novas cepas. Na Europa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a aceleração da imunização, para que o vírus circule menos. Dessa forma, há menos chances dele passar por mutações.

Na segunda-feira (8), um artigo publicado na revista “The New England Journal of Medicine” informou que a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech conseguiu neutralizar três novas variantes do coronavírus – a britânica (B.1.1.7), a brasileira (P.1) e a sul-africana (B.1.351) – em testes de laboratório. 

Outros estudos para combater as novas cepas também avançam. Em 24 de fevereiro, a empresa americana de biotecnologia Moderna anunciou que está pronta para os testes em humanos de uma nova vacina contra a Covid-19, desenvolvida especificamente para a variante detectada na África do Sul. 

Em contrapartida, pesquisadores da universidade americana de Columbia analisaram a reação de variantes do coronavírus a vacinas e aos anticorpos de quem já teve a doença. Os especialistas chegaram à conclusão de que uma variante encontrada no Brasil é duas vezes mais resistente às vacinas do que a versão mais comum do vírus.

Com G1/DF*

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