Após décima contusão importante de Neymar, imprensa francesa faz o que Seleção e PSG não têm coragem. Cobra suas noitadas
Imprensa francesa se cansou. Cobra comportamento de atleta profissional de NeymarL’Equipe
Dez lesões importantes.
64 partidas fora.
De 103 jogos.
Este é o rígido balanço da participação de Neymar no PSG, desde foi contratado em 2017.
Comprado pelo absurdo preço de 222 milhões de euros. R$ 1,4 bilhão, no valor atualizado.
O PSG não o teve nem a metade de jogos que disputou nestes quatro anos.
A imprensa francesa decidiu ir a fundo nesta nova contusão, no músculo adutor da coxa esquerda. E que deverá deixá-lo fora de cinco jogos do clube francês.
E o da próxima terça-feira, dia 16, na Catalunha, seria importantíssimo. O primeiro das oitavas-de-final da Champions League, contra o Barcelona. Esta partida não há a menor possibilidade dele atuar.
Há ainda total incerteza se ele conseguirá estar no Parque dos Príncipes no jogo decisivo, de volta, dia 10 de março, em Paris. E que pode custar a eliminação dos franceses na competição mais desejada pelo PSG.
A imprensa francesa não aceita mais os velhos argumentos de Neymar e do seu pai/empresário que ele é perseguido por jogadores violentos, técnicos adversários sádicos e juízes coniventes.
O questionamento é duro e público.
Sobre o comportamento de Neymar fora de campo.
O desgaste de suas festanças.
A incompatibilidade de baladas até o raiar do dia com a vida espartana de um atleta de altíssimo nível, como ele é.
As comparações com Messi e Cristiano Ronaldo são inevitáveis.
E o respeito dos dois pela carreira, envolvendo comedimento ao sair dos treinos, dos jogos. O respeito pelo corpo.
“Outros grandes jogadores, Messi e Cristiano Ronaldo, por exemplo, não celebram seus aniversários com grande pompa. Na semana que vem, os dois Bolas de Ouro poderão defender suas cores na Champions League ao contrário de Neymar
“Como em 2018 e 2019 na Champions League, Neymar não estará no jogo de ida contra o Barcelona. O brasileiro acredita que seu trabalho termina na saída do Parque dos Príncipes ou do Camp des Loges após o fim dos jogos ou treinos”, alfineta o L’Equipe.
Em 2016, em plena disputa da Olimpíada, mal acabavam os jogos, Neymar organizava, com a bênção do então técnico Rogério Micale, farras que só terminavam nas manhãs dos dias seguintes.
Perguntado sobre sua vida fora do campo, na coletiva da Seleção, por meu amigo de décadas, Silvio Barsetti, Neymar resumiu a sua filosofia de vida.
Irritado, ele deixou claro como seria sua carreira.
“Você tem que começar a ver o que faço dentro de campo, minhas coisas particulares são minhas. Você poderia olhar pra mim, por gentileza? Sem ficar chateado. Você tem que me cobrar em campo, mas tenho minha vida particular, tenho 24 anos, tenho minhas conquistas, minhas coisas, e sou muito tranquilo quanto a isso. Tenho meus erros, não sou perfeito.
“Eu tenho amigos, tenho família, por que não posso ir para a balada? Eu posso, eu vou, e não vejo problema nenhum, é minha vida particular. Dentro de campo eu sempre me entrego, tento fazer meu melhor, acabo errando, como errei muitas vezes e ainda vou errar, é normal para um ser humano. Estou aprendendo cada vez mais com meninos mais novos do que eu.
“Achei sua pergunta maldosa, mas respondo sem maldade. Se você tivesse 24 anos, tivesse tudo que eu ganhei e tudo que eu tenho, você seria o mesmo? Só isso que te pergunto…”
Cinco anos se passaram.
E nada mudou.
No PSG ou na Seleção Brasileira, no treinamento, Neymar é o primeiro a chegar e o último a ir embora. Se dedica muito.
Mas não perde um minuto de suas folgas.
Ao contrário de Messi e Cristiano Ronaldo, Neymar montou seu mundo de fantasia. E paga o preço.
Ele fez questão de levar para a Europa seu grupo de melhores amigos.
Segundo o jornal catalão Mundo Deportivo, ele dá uma ‘ajuda’ de 11 mil euros, cerca de R$ 71 mil, aos seus ‘parças’ mais íntimos.
Com eles, o brasileiro vai ou organiza festas, farras, baladas, quando está de folga.
Seus parças podem virar noites, beber, dançar, farrear à vontade. Não são atletas de altíssimo rendimento como Neymar.
Mal foi anunciada a mais nova contusão de Neymar, e sua ausência do jogo contra o Barcelona, na próxima semana, o importante jornal“Le Parisien” entrevistou o fisiologista Jean-Bernard Fabre.
E ele não poderia ser mais claro.
“É uma loucura que isso tenha ocorrido (falando da nova lesão).
“É muito frágil. Quando ocorre em um ano, pode-se dizer que é azar, mas acontece todos os anos. Não há segredo no alto rendimento. Você pode ter azar, mas a experiência mostra que para todos os atletas, seja qual for o esporte, o que segue uma determinada diretriz não se lesiona.
“Nikola Karabatic, jogador de handebol, não se lesiona há muito tempo porque teve um estilo de vida saudável, rigor nos treinos. Federer e Nadal fazem o que for preciso porque entende que cada dia é importante para construir uma carreira entre os grandes.”
“Não é uma questão simples, tem que contextualizar. É um momento que está muito frio (Paris está hoje com um grau positivo). É ‘uma boa hora’ para lesões musculares.
“É um monte de coisas. Mesmo tendo problemas de estômago, você pode ter dado uma festa de aniversário também, não foi para a cama cedo e provavelmente bebeu um pouco de álcool”
“Não conheço o Neymar, mas parece que, apesar de tudo, algo está errado. E é isso que faz a diferença entre ele e outras pessoas do seu nível como Messi e Ronaldo. Eles nunca se machucam.”
Neymar e seus parças. Pelo mundo todo, acompanhado pelos amigos da infânciaReprodução/Instagram Neymar
Esse é o tom em Paris.
A impresa francesa tomou as dores do PSG.
E o estilo de vida de Neymar vem sendo duramente criticado.
Seu pai e empresário, que já confessou que faz questão de ‘mimá-lo’, veio em sua defesa.
Criticou o técnico do Caen, Pascal Dupraz, árbitros, Liga Francesa e jornalistas. Na sua visão, todos são responsáveis pelas contusões do filho. Menos Neymar e suas farras.
Dupraz disse que não choraria pela derrota por 1 a 0 para o PSG, na quarta-feira. Deixava as lágrimas para Neymar. O que despertou a ira do pai do jogador brasileiro.
“Realmente meu filho tem de chorar, mas não pelo que você imagina meu senhor (Pascal Duprat). Eu, na minha opinião, ele tem de chorar por existirem treinadores como você, árbitros desse nível, ligas negligentes e omissas, jornalistas na grande minoria tendenciosos e covardes no esporte.”
Neymar ao ter constatada a décima lesão no PSG, ele fez questão de postar um desabafo. No Instagram. Para seus milhões de seguidores. Muitos deles que o veneram, aplaudem cada palavra do jogador, sem se dar ao trabalho de pensar. Agem como tietes enfeitiçadas.
“A tristeza é grande, a dor é imensa e o choro é constante. Mais uma vez pararei por um tempo de fazer o que eu mais amo na vida que é jogar futebol. As vezes eu me sinto incomodado pelo meu estilo de jogo, por eu driblar e acabar apanhando constantemente, não sei se o problema sou eu ou que faço em campo.. isso realmente me entristece.
“Me deixa triste demais ter escutar de jogador, treinador, comentarista ou o cara… a 4 “ele tem que apanhar mesmo” “cai cai” “chorão” “moleque” “mimado” e etc …
“Sinceramente isso me entristece e não sei até quando aguentarei, eu só quero ser feliz jogando futebol.
“NADA MAIS.”
Neymar, outra vez, faz de conta que não entende.
Ninguém deseja seu mal.
Ele é um dos jogadores mais talentosos do mundo
Mas, mimado por seu pai/empresário e pelos treinadores do PSG e da Seleção Brasileira, ele não quer entender que um atleta de elite precisa de descanso. De sono regrado. De alimentação adequada. Evitar álcool, mesmo que seja vinhos sofisticados, energéticos para passar madrugadas em claro.
Neymar já tem 29 anos.
São 12 anos de carreira profissional.
Há oito anos foi para a Europa, com seus parças.
Ele é humano.
Seu próprio pai o ensinou a fugir dos pontapés adversários, para preservar o físico franzino.
Só que se esqueceu de avisar o quanto é importante se comportar fora dos gramados como atleta.
A carreira de um jogador de futebol de elite é relativamente curta, em relação à vida. Entre 15 e 17 anos. Não é preciso ser radical, mas saber farrear e descansar, enquanto for jogador. Depois, bilionário, como já é, Neymar poderá aproveitar, de verdade, a vida, a partir, dos 37 anos, por exemplo. Desfrutar o que conseguiu jogando futebol profissionalmente.
Por ceder às farras, Maradona, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Romário servem como exemplo. Foram jogadores marcantes. Mas que poderiam ir muito além, se não fossem as noitadas perdidas.
O Barcelona não teve pena em se livrar desse quarteto incrível.
Por isso, não faz mais esforço para ter de volta Neymar.
Já fez, mas desistiu.
Os dirigentes se conscientizaram da escolha do brasileiro.
Ele não quer ver que um jogador excepcional, como ele, precisa ser regrado.
Dar descanso para seus músculos se recuperarem do esforço das arrancadas, dos dribles, das pancadas dos adversários.
Para isso, sono, descanso, alimentação são fundamentais.
Mas ninguém mais tem como impor isso a Neymar.
Neymar dançando ‘até o chão’. Logo depois de tirar a proteção do pé quebradoReprodução/Instagram
Mauricio Pochettino, Tite, Leonardo, Rogério Caboclo.
Todos são reféns do seu talento.
As consequências ficam para o PSG e para a Seleção.
Dez lesões em quatro anos.
64 partidas fora, de 103 jogos do clube francês.
Coincidência?
Só culpa dos árbitros, da maldade adversária?
Da violenta Liga Francesa?
Da imprensa maldosa?
Aos 29 anos, Neymar não tem o direito de seguir infantilizado.
E fingir não notar o que representa para o futebol mundial.
Perceber que não é um menino fazendo farras e mais farras com os amigos pelo mundo, posando para fotos nas redes sociais e jogando bola para pagar por esses luxos.
Precisa descobrir sozinho.
Já se foram 12 anos de sua carreira.
Que não voltam.
Meninos mimados não querem abrir mão de nada.
Já atletas de elite precisam se sacrificar.
Se poupar, dizer não durante a temporada, às farras.
Essa é a lição que o homem de 29 anos não quer aprender.
E ninguém tem coragem de dizer…
Fonte: R7/Esporte