Casos são de pacientes que tiveram contato com pessoas de Londres. Secretaria da Saúde também diz que há 25 casos de Covid-19 da variante brasileira confirmados no estado.
A Secretaria da Saúde confirmou na tarde desta segunda-feira (15), após segunda revisão nos registros de contaminação por Covid-19 em São Paulo, que o estado registrou sete casos da variante britânica do coronavírus, cinco na capital e duas em Sorocaba, no interior paulista. Todos os casos são de pessoas que tiveram contado com alguém de Londres, o que descarta, por ora, a transmissão comunitária desta cepa no estado.
Embora o balanço só tenha sido divulgado agora, os sete casos são antigos, segundo a secretaria. Até então, só dois deles haviam sido divulgados em janeiro. Mais cedo nesta segunda, a secretaria chegou a afirmar que havia três casos confirmados da variante britânica no total, mas a informação foi corrigida pela pasta às 18h25.
A Prefeitura de Sorocaba informou, por meio de nota, que até o momento, não teve a confirmação oficial pela Secretaria Estadual da Saúde sobre os dois casos da variante britânica da Covid-19. “Tratam-se de dois casos antigos monitorados pela Vigilância Epidemiológica Municipal desde o dia 29 de dezembro e ambos não transmitem mais a doença”, diz o texto.
Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde diz que há também o registro de 25 casos de Covid-19 no estado da variante brasileira do coronavírus:
- 9 na capital
- 3 em Jaú
- 1 em Águas de Lindóia
- 12 em Araraquara
Nos casos da variante brasileira foi verificada transmissão comunitária, já que 16 dos 25 pacientes não viajaram ao Amazonas ou tiveram contato com pessoas do estado.
A maioria deles está em Araraquara, que está na fase vermelha do Plano São Paulo e apenas os serviços essenciais podem funcionar. A prefeitura da cidade também decidiu decretar lockdown por 15 dias para tentar frear a transmissão do coronavírus.
A confirmação de novas variantes ocorre por meio de sequenciamento genético, além da investigação epidemiológica dos casos, como históricos de viagens e c5 minGoverno do estado confirma 32 casos de contaminação por variantes do coronavírus em SP
São 25 casos de variante brasileira e 7 casos da variante do Reino Unido.
Variante brasileira
Em entrevista à GloboNews na noite deste domingo (14), o secretário da Saúde, Jean Gorynchten chegou a afirmar que o Instituto Adolfo Lutz havia confirmado, em Araraquara, três casos da nova variante do coronavírus do Reino Unido, e, na manhã desta segunda (15) descartou que fossem britânicas.
No sábado (13), a Prefeitura de São Paulo confirmou o primeiro caso de transmissão comunitária da variante brasileira, que teve o primeiro caso de contaminação confirmado em Manaus, em uma paciente que vive na cidade e não esteve na capital do Amazonas.
O caso identificado apresentou sintomas leves e não precisou de internação. O exame foi realizado pelo Instituto de Medicina Tropical da USP.
Os outros oito casos na capital paulista eram de pacientes que ou viajaram ou tiveram contato direto com alguém do Amazonas. Três deles morreram por complicações da doença.
Desde o final do mês de janeiro, a Prefeitura destinou o Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria, em Pirituba, Zona Oeste da capital, para tratamento desta nova variante. No local, foram reservados dez leitos, totalmente isolados, para que os pacientes possam ser atendidos.
Medidas
Segundo secretário da Saúde, nova análise afastou suspeita pela variante do Reino Unido. Dos 25 casos da variante brasileira, conhecida como P1, 16 são pacientes que não viajaram ao Amazonas ou tiveram contato com pessoas do estado, sendo 12 em Araraquara, que decretou lockdown por 15 dias.
O secretário destacou que o número de mortes por coronavírus no estado é semelhante ao ocorrido em julho e agosto. Ele diz que o que preocupa sobre essas novas variantes é o comprometimento de pacientes jovens sem comorbidades.
Jean afirma que o governo estadual poderá tomar medidas mais restritivas nas regiões que apresentarem índices elevados de contaminação pela nova variante da Covid-19.
“Nós continuaremos seguindo os índices da saúde. Todos os dias avaliamos o número de casos, número de internações de Unidades de Terapia Intensiva e número de óbitos. Se qualquer região mostrar uma velocidade de ascensão dos números, serão tomadas pontualmente medidas locais que façam realmente uma contenção da circulação do vírus”, disse.
Ainda de acordo com o secretário, o estado também estuda aplicar uma nova redução no parâmetro de taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na fase vermelha.
No final de janeiro, quando o governo colocou todo o estado na fase vermelha da quarentena aos finais de semana, foi feita uma redução no índice, que passou de 80 para 75%.
“Se, porventura, nós também notarmos uma ascensão mais rápida, como é algo que se prevê, talvez a gente abaixe ainda mais esse índice para 70% e, com isso, dê essa tranquilidade, essa margem de folga”, afirmou.
Neste domingo, centenas de jovens se aglomeraram na Praça Roosevelt, no Centro de São Paulo. Também foram registradas baladas na Zona Oeste da cidade, sendo 11 interditadas pela Vigilância Sanitária do estado.
CoronaVac
Ainda nesta segunda (15), o secretário estadual disse que o Butantan estuda o impacto da nova variante na eficácia da vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorynchtein, comenta o surgimento e disseminação de nova cepa de coronavírus no estado.
Ele ainda destacou que os resultados poderão impactar em mudanças na estratégia de vacinação da população, com a possibilidade de ampliar o número de pessoas que receberá a primeira dose, antes de garantir a aplicação da segunda.
“Esses estudos estão sendo feitos, estão sendo consagrados, para que a gente tenha essa definição. E seguramente, baseado nisso, é importante a gente lembrar: Se isso acontecer, nós teremos que pensar em uma nova estratégia Vacinal. Ou seja, vacinar pessoas muito mais precocemente, e de uma forma muito mais ampla, talvez até com a primeira dose”, revelou.
“Essa é uma proposta que a gente vai ter que analisar. Avaliar se ao invés de fazer duas doses em todo mundo, fazer a primeira dose em um grande contingente, uma vez que a gente está vendo formas graves e fatais em gente jovem. Sem nenhuma doença, sem nenhuma alteração clínica que pudesse predizer o risco maior de evoluir de forma fatal”, completou.
Variante brasileira do coronavírus — Foto: Reprodução/GloboNews. (G1)