Crime ocorreu em 2018. Segundo investigação, Alexon Bezerra Rocha matou Arlete Campos de Oliveira Araújo e fingiu que vítima tinha cometido suicídio.
O Tribunal do Júri do Recanto das Emas, no Distrito Federal, condenou, nesta quinta-feira (11), Alexon Bezerra Rocha a 23 anos e 3 meses de prisão pelo crime de feminicídio. Ele foi considerado culpado pelo assassinato da companheira, Arlete Campos de Oliveira Araújo, de 49 anos.
O crime ocorreu em 5 de novembro de 2018. Segundo as investigações, o acusado tentou enganar a Polícia Civil e as filhas da vítima, dizendo que Arlete tinha cometido suicídio. No entanto, a tese foi descartada durante a apuração (veja mais abaixo).
O juiz determinou o cumprimento imediato da pena, em regime fechado. Segundo a sentença, Alexon não pode recorrer da sentença em liberdade. Acionada pelo G1, a Defensoria Pública do DF, que o representou no processo, não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.
O crime
Segundo o Ministério Público do DF (MPDFT), a vítima mantinha uma relação conturbada com Alexon Bezerra. A denúncia afirma que o casal estava separado, e dois dias antes do crime, reatou o namoro.
Os promotores alegam que o acusado e Arlete estavam em uma festa horas antes do crime. As filhas dela também estavam no local e chegaram em casa depois da mãe. De acordo com a denúncia, elas encontraram Arlete deitada em uma rede na varanda, coberta.
Em depoimento, as jovens afirmaram que tentaram se aproximar para dar um beijo de boa noite na mãe, mas foram impedidas por Alexon, que disse para não incomodá-la.
Ainda de acordo com o MP, por volta das 6h50, o acusado chamou a filha de 12 anos dizendo que a mãe tinha se matado. O Ministério Público afirma que ele alegou para a menina que dormiu ao lado da mulher e, quando acordou, ela estava morta e com uma faca ao lado.
O caso foi investigado pela 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas. Segundo a denúncia, o inquérito demonstrou que a versão do acusado não era verdadeira. O laudo da perícia encontrou arranhões nos braços de Alexon e verificou que a vítima tinha lesões de defesa nos dedos.
Os investigadores também encontraram sangue no casaco que ele usava no dia do crime e localizaram a arma usada, que pertencia ao suspeito.
Segundo o MP, Alexon já tinha passagens por violência doméstica e familiar contra a mulher, inclusive com algumas condenações. A sentença de condenação afirma que isso “evidencia ser pessoa que mantém tendência à prática de delitos relacionados ao gênero, colocando a sociedade refém de elevadíssimos índices de criminalidade, vítima de um verdadeiro terrorismo criminal”.
Por G1 DF*