Segundo decisão da Vara Criminal de Sobradinho, não há provas contra Marinésio dos Santos Olinto. Cozinheiro também responde por dois feminicídios e uma série de outros crimes; relembre.
A Justiça do Distrito Federal absolveu o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto em um dos processos em que ele era acusado de estuprar uma mulher, em 2013. A agressão teria ocorrido em uma estrada de chão, em Sobradinho. O nome da vítima não foi divulgado.
Apontado como “maníaco em série”pela polícia, Marinésio também responde por dois feminicídios e uma série de outros casos de estupro (relembre abaixo).
Em nota, a defesa de Marinésio dos Santos Olinto afirmou que “vê está absolvição como uma desmistificação do assassino em série e maníaco, que foi criada pelos policiais, acompanhada pelo MP e divulgado na mídia em geral”. O advogado Marcos Venício disse, que “assim como todos os outros casos, com exceção do caso Letícia, não há provas robustas de que Marinésio tenha cometido os supostos crimes”.
Segundo a decisão da Vara Criminal de Sobradinho, não há provas do crime de 2013 e, por isso, o juiz revogou a preventiva contra Marinesio. No entanto, ele continua preso porque há mandados de prisão referentes a outros casos, como o da funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos.
Questionado pelo G1, o MP afirmou que “a Promotoria Criminal de Sobradinho vai recorrer da sentença”. O processo está em segredo de Justiça.
‘Maníaco em série’
Marinésio Olinto está preso desde agosto do ano passado no Complexo Penitenciário da Papuda. Ele é acusado de dois feminicídios: o da funcionária do MEC Letícia Curado e o da empregada doméstica Genir Pereira de Sousa, ambos em 2019.
Além disso, é investigado por uma série de crimes sexuais. Um levantamento feito pelo Ministério Público do DF localizou pelo menos 10 processos relacionados a Marinésio, envolvendo 11 vítimas.
Quatro das investigações são inquéritos policiais, ou seja, ainda não houve apresentação de denúncia à Justiça. De acordo com o MP, as outras seis apurações estão mais avançadas e aguardam o fim dos processos. Os casos estão em segredo de Justiça.
Em maio, o cozinheiro recebeu a primeira punição da Justiça do Distrito Federal. Ele foi condenado a 10 anos de prisão por estuprar de uma jovem de 17 anos na região do Paranoá.
Em outubro deste ano, a Justiça do DF condenou o Marinésio dos Santos Olinto a um ano de reclusão pelo crime de importunação sexual. A sentença é referente a um ataque cometido contra duas irmãs que pegaram carona com o réu.
Segundo a denúncia do Ministério Público, dentro do carro, o cozinheiro obrigou uma das irmãs a tocar as partes íntimas dele. Elas só conseguiram fugir após ameaçarem quebrar os vidros do veículo, com uma barra de ferro. Por isso, a acusação pediu a condenação dele por estupro, tentativa de estupro e cárcere privado.
No entanto, o juiz Fernando Alves de Medeiros, da 1ª Vara Criminal de Planaltina, rejeitou a maior parte das acusações e reclassificou o caso como importunação sexual.
O caso Letícia
A advogada morava na região do Arapoanga com o marido e o filho, de 3 anos. Ela saiu de casa por volta das 7h do dia 23 de agosto de 2019. A família começou a se preocupar com o desaparecimento depois que Letícia não apareceu para almoçar com a mãe – elas haviam combinado de se encontrar ao meio-dia.
A polícia começou as buscas na mesma noite. As imagens de um circuito de segurança mostraram o momento em que a advogada entrou em um carro, uma Blazer prata, às 7h42, em uma parada de ônibus perto de casa.
A investigação usou outras câmeras e o sistema de GPS do celular de Letícia Curado para traçar a provável rota do veículo. A partir daí, também foi possível identificar que o motorista era o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto.
Ele confessou o crime e foi preso no dia 25 de agosto. Disse que, no meio do caminho, assediou a advogada sexualmente e ela rejeitou os avanços. No dia seguinte, Marinésio levou os policiais ao local onde estava o corpo, à beira da DF-250, em Planaltina, e disse que enforcou Letícia. (G1)