Três empresas devem participar do processo de venda da subsidiária da Companhia Energética de Brasília (CEB). O preço mínimo é R$ 1,4 bilhão
CEB Distribuição, subsidiária da Companhia Energética de Brasília (CEB), vai a leilão nesta sexta-feira (4/12), na Bolsa de Valores de São Paulo. Trata-se da primeira privatização no Distrito Federal. A sessão pública está marcada para começar às 8h. É possível acompanhar por meio dos canais da B3.
Essa é uma operação considerada tão importante para o Governo do Distrito Federal (GDF), acionista majoritário da holding, que o governador Ibaneis Rocha (MDB); o presidente da CEB, Edison Garcia; o secretário de Economia, André Clemente; e o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, irão acompanhar pessoalmente o processo de venda na capital paulista.
De acordo com especulação do mercado, Equatorial, CPFL e Neoenergia são as empresas que vão disputar o controle da estatal responsável por levar energia aos consumidores do Distrito Federal. O preço mínimo é R$ 1,4 bilhão, mas a estimativa do GDF é que o valor chegue a R$ 2,5 bilhões.
Confira outros dados sobre o leilão e a CEB Distribuição:
O leilão é para alienar 100% das ações da CEB Distribuição. Somente uma empresa pode levar o lote único. A regra é simples: como todas já atenderam os requisitos para participar, vence quem der o maior lance.
As propostas foram entregues, mas os preços só se tornarão públicos no leilão. Durante o evento, contudo, os participantes podem fazer novos lances escalonados, com valor mínimo de R$ 15 milhões sobre a última oferta.
Como será
Depois de finalizado o processo do leilão, o nome da vencedora será submetido à aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Aneel precisa dar anuência para a mudança no controle acionário em razão do contrato de concessão da distribuidora com a agência.
Após a análise da Aneel, se aprovada, a empresa ganhadora deverá assinar um contrato de compra e venda com a CEB. Encerrada essa etapa, o dinheiro referente ao leilão será enviado para a holding. Os acionistas vão decidir o destino do montante, que pode ser, por exemplo, divisão entre os próprios acionistas ou para investimentos. O GDF deve ser beneficiado, já que é o sócio majoritário da companhia.
Em agenda pública nessa quinta-feira (3/12), Ibaneis afirmou que a expectativa é que o leilão transcorra da “melhor forma possível”: “E que a gente alcance o melhor preço na bolsa de valores”. “Três empresas já se habilitaram, e nós contamos que, com isso, a gente ultrapasse essa fase, tire a CEB desse risco constante que ela tem de perda da concessão e consiga avançar na melhoria da iluminação pública no Distrito Federal”, disse.
Processos
A privatização da CEB Distribuição foi alvo de questionamentos em várias instâncias do Judiciário e no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Deputados e senadores apontaram que a venda deveria passar por análise da Câmara Legislativa (CLDF), mas os entendimentos judiciais e do TCDF foram contrários.
Nessa quinta-feira (3/12), o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou seguimento a uma ação de deputados distritais cujo objetivo era suspender a privatização. Nunes Marques, relator do caso na Corte, assinalou que estão ausentes os requisitos viabilizadores do regular trâmite da ação. “Pelo exposto, não conheço da presente reclamação”, afirmou, sedimentando o caminho para a venda da subsidiária nesta sexta.
*Com informações do Metrópoles