sexta-feira, 07/11/25
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Wuhan: Sem novos casos desde maio, cidade que foi marco zero da pandemia quer virar a página

De volta à rotina, população ainda tenta digerir o que aconteceu, enquanto governo chinês se empenha em fazer do lugar um monumento à vitória do Partido Comunista; comunidade brasileira encolhe para 11 pessoas

Passageiros usam máscara em metrô da cidade, que concentrou 80% das mais de 4.600 mortes provocadas pelo novo coronavírus na China Foto: Marcelo Ninio / O Globo
Passageiros usam máscara em metrô da cidade, que concentrou 80% das mais de 4.600 mortes provocadas pelo novo coronavírus na China Foto: Marcelo Ninio / O Globo


Com a pandemia controlada, a rotina voltou em shoppings e lojas da metrópoles de 11 milhões de habitantes Foto: Marcelo Ninio / O GloboCom a pandemia controlada, a rotina voltou em shoppings e lojas da metrópoles de 11 milhões de habitantes Foto: Marcelo Ninio / O Globo
Chineses visitam exposição oficial que celebra vitória contra o vírus, na periferia de Wuhan Foto: Marcelo Ninio / O GloboChineses visitam exposição oficial que celebra vitória contra o vírus, na periferia de Wuhan Foto: Marcelo Ninio / O Globo
Painel traz bilhetes de solidariedade à população da cidade, que passou 76 dias fechada entre janeiro e abril Foto: Marcelo Ninio / O Globo

WUHAN, CHINA – Wuhan vive um segundo renascimento. O primeiro foi em abril, quando seus moradores puderam finalmente reabrir as portas depois de 76 dias de reclusão. Livre do vírus, a cidade chinesa onde foi registrado o primeiro surto de Covid-19 agora respira ares de vida normal, mas sua população ainda tenta digerir o significado de ter entrado para a história como o marco zero da pandemia que parou o mundo.

Em contraste, o governo não perdeu tempo, transformando Wuhan num monumento à vitória do Partido Comunista sobre o vírus.

Descontadas as óbvias diferenças, a sensação em Wuhan lembra a de situações de pós-conflito. A vida até retoma o seu ritmo, mas depois de um evento tão dramático, nada é completamente normal. Sob a superfície do movimento nas ruas, dos restaurantes e lojas a todo vapor, a memória do choque permanece. Como no pós-guerra, também há os “refugiados” da pandemia, que retornam aos poucos para reencontrar os que ficaram e recomeçar a vida. Muitos estrangeiros que moravam na cidade não conseguiram o visto para voltar, incluindo a maioria dos brasileiros.

 A mudança mais visível na metrópole de 11 milhões de pessoas é que quase todos passaram a usar máscaras em espaços públicos. Essa e outras novidades da pandemia, como checagens de temperatura e uso de aplicativos de saúde, se tornaram tão automáticas que é fácil esquecer que só entraram no cotidiano há poucos meses. Com 60% dos 92,5 mil casos de Covid-19 registrados na China e 80% do total de 4.742 mortes pela doença, Wuhan foi de longe a cidade do país mais atingida pela pandemia. O estado de alerta virou modo de vida.

— Ninguém se nega a falar sobre a epidemia, é um assunto inevitável. Mas a maioria quer virar a página — diz o advogado brasileiro José Renato Peneluppi Jr., 39, que vive há dez anos em Wuhan, onde é sócio de uma empresa que presta serviços a estudantes universitários.

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