O novo comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Anderson Carlos de Castro Moura, disse nesta terça-feira (10) que as reclamações feitas por um sargento da PM ao secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, serão investigadas pela Corregedoria da PM.
Durante um café da manhã realizado no último dia 5 num batalhão da PM, o sargento aproveitou a presença do secretário de Segurança do DF para reclamar, segundo o militar, da falta de apoio do Executivo à tropa. Na gravação, o sargento afirma que, caso não sejam contemplados com reajuste salarial, os PMs darão “o troco” na Copa do Mundo de 2014
O comandante da PM informou que o trabalho da Corregedoria será o de analisar se houve quebra de disciplina por parte do sargento. Nesse caso, a conduta do militar pode configurar “desrespeito à autoridade”, disse o comandante. Moura não informou quanto tempo poderá levar a investigação.
O vídeo com as declarações do sargento foi feito dentro do 11° Batalhão da Polícia Militar, em Samambaia, região a 25 quilômetros do centro de Brasília.
O sargento aparece falando no lado direito da tela, enquanto Avelar, no canto esquerdo, vestindo um terno de cor escura, ouve as reclamações sem se manifestar. A Secretaria de Segurança Pública do DF informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Durante o encontro, o sargento diz que fala em nome da categoria. “A Copa do Mundo ‘tá’ vindo aí. E eu vou falar para o senhor, em nome de nossa categoria, é a nossa vontade. Se a Polícia Militar não for contemplada, como outros órgãos da Segurança Pública foram contemplados, o troco nós vamos dar na Copa do Mundo. O senhor secretário leve essa mensagem [ao governador Agnelo Queiroz]”, diz o sargento na gravação.
Em frente a outros colegas de farda, o sargento disse que a chamada operação tartaruga, deflagrada por PMs do DF, vai continuar. A operação reduz o ritmo nos atendimentos. Em caso de perseguição, por exemplo, os carros da polícia obedecem aos limites máximos de velocidade das vias.
Em determinado momento, o militar diz que o governo do Distrito Federal “virou as costas” para as demandas da corporação. “Nós pensávamos que estávamos no céu quando elegemos Dilma, elegemos Patrício [deputado distrital pelo PT], elegemos Agnelo (…). Então, o senhor, como secretário de Segurança Pública, eu quero que o senhor leve essa mensagem ao governador.”