O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se recusa a aceitar a vitória de seu rival, o democrata Joe Biden, declarada pela mídia americana no sábado (7).
Sem apresentar evidências, ele defende a tese de que a eleição foi fraudada, e sua campanha já contestou na Justiça os resultados no Arizona, na Geórgia, em Michigan, em Nevada, na Pensilvânia. Em Wisconsin, aliados de Trump planejam pedir recontagem de votos.
No Arizona, o Partido Republicano questionou a legitimidade de 180 votos no condado de Maricopa, mas já retirou a ação, que não reverteria a atual margem de votos. Biden lidera ali por mais de 11 mil votos -98% das urnas já foram apuradas. O prazo para certificar o resultado no estado é 30 de novembro.
Na Geórgia, a campanha de Trump pediu recontagem dos votos, o que é permitido quando a diferença de votos é inferior a 0,5 ponto percentual. A reapuração será feita a mão. Os republicanos culparam o coordenador estadual da eleição -um correligionário- pelo aparente sucesso de Biden. O prazo para certificar o resultado é 20 de novembro.
Em Michigan, os republicanos entraram com ação para impedir o estado de certificar os resultados. O prazo final para a chancela dos números da apuração é 23 de novembro.
Em Nevada, um pedido do Partido Republicano para desconsiderar cédulas por correio foi rejeitado pela Suprema Corte do estado. Ainda tramitam dois processos: um que pede a ficha corrida de 300 funcionários que trabalharam na contagem de votos e outro que denuncia supostos votos de eleitores “desqualificados”. O prazo para certificar o resultado na região é 24 de novembro.
Na Pensilvânia, assim como em Michigan, os republicanos entraram com ação para impedir o estado de certificar os resultados. No estado, o prazo final para a autenticação é 23 de novembro.
Em Wisconsin, a campanha de Trump planeja pedir recontagem dos votos, e o prazo para certificar o resultado no estado é 1º de dezembro.
Para ganhar a eleição, o atual líder americano precisa reverter os resultados em ao menos três desses estados. Como, até o momento, não existem evidências de irregularidades que sustentem invalidações, a liberação das certificações de cada estado deve desmontar a tese do presidente.
No limite, isso ocorrerá no dia 8 de dezembro, prazo final para que os vencedores em cada estado sejam determinados. Todas as contestações judiciais e recontagens devem estar finalizadas até esta data.
Mesmo que o atual presidente siga negando a derrota após esse prazo, ele não teria base para continuar judicializando os resultados, e os processos de sua campanha tendem a ser desconsiderados de imediato pelos juízes responsáveis.
No dia 14 de dezembro, os 538 delegados do Colégio Eleitoral se reúnem nas capitais estaduais e depositam votos nos candidatos vencedores em cada região. Os certificados das votações nos estados devem chegar à capital, Washington, no dia 23 de dezembro. A posse está marcada para o dia 20 de janeiro.