O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (10/11) que “já passou da hora de retomar os setores da economia” e que o Brasil tem que deixar de ser “um país de maricas”.
Além da referência homofóbica, o presidente ironizou o trabalho da imprensa e disse que as notícias de segunda onda da pandemia em outros países servem apenas para “alarmar a população”.
“Tudo agora é pandemia. Tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas, pô. Olha que prato cheio para a imprensa, para a urubuzada que está ali atrás. Temos que lutar. Peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa? A geração hoje em dia é toddynho, nutella, zap. É uma realidade”, falou.
“E agora já começa a amedrontar o povo brasileiro com uma segunda onda. Tem que enfrentar, pô. É a vida. Tem que enfrentar. E digo mais: como chefe de Estado, eu tenho que tomar decisões que não me deixaram tomar. Não sei por que cargas d’água. E nós temos que decidir, e decidindo podemos acertar. Não decidindo, já erramos”, disse o presidente.
O presidente chamou seu discurso de desabafo e a reclamou do trabalho de ambientalistas, a quem chamou de “xiitas”.
“A pandemia foi superdimensionada. A manchete amanhã: ‘Não tem carinho, não tem sentimento’. Tenho sentimento com todos que morreram. Mas foi superdimensionado. Tudo o que eu falei sobre o vírus lá atrás, e eu apanhava como um cão sarnento em porta de igreja, se comprova que é verdade agora. Até a isenção de impostos para vitamina D. Isolamento vertical, que não podia ser daquela forma. ‘Fique em casa, economia a gente vê depois’ – afundaram vocês. A política fácil, demagógica, vendo prefeito mandar soldar porta de lojas de ferro em São Paulo. Algemar mulher na praia de biquíni”, falou.
Ele voltou a criticar as políticas de isolamento social e a culpar seus defensores pela derrocada da economia. “Mas a economia é vital para a vida. E quando se destrói um setor, todos sofrem. E a morte por fome, como disse lá atrás, e agora a imprensa de papel, essa brincadeira de imprensa, já começa a falar que as mortes estão chegando e vão ser maiores que a própria Covid”, disse o presidente.