O Prêmio Nobel da Paz foi concedido, nesta sexta-feira (9), ao Programa Mundial de Alimentos (ou Programa Alimentar Mundial) da ONU – anunciou o Comitê Nobel norueguês, destacando que a necessidade de soluções multilaterais é “mais visível do que nunca”.
O PMA (ou PAM) foi recompensado por “seus esforços de luta contra a fome, por sua contribuição para a melhoria das condições de paz nas zonas atingidas por conflitos e por ter desempenhado um papel de liderança nos esforços, visando a impedir o uso da fome como arma de guerra”, declarou a presidente do Comitê Nobel, Berit Reiss-Andersen.
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A premiação ganha ainda mais importância em um ano em que o mundo enfrenta uma grave crise alimentar por causa da pandemia do novo coronavírus.
“O mundo está enfrentando fome generalizada de proporções bíblicas”, alertou em abril David Beasley, o chefe da agência de assistência alimentar da Organização das Nações Unidas (ONU). O diretor executivo do órgão afirmou que há pouco tempo disponível para agira antes que centenas de milhões passem fome.
A premiação ao programa também é uma forma de apoio a ONU, que completou 75 anos em 2020. O Sistema das Nações Unidas enfrenta desconfiança, ataques populistas e incertezas sobre o futuro em meio à ascensão de governos populistas.
No ano passado, o laureado foi o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, “por seus esforços para alcançar a paz e a cooperação internacional, principalmente por sua iniciativa decisiva destinada a resolver o conflito na fronteira com a Eritreia”.
Em 2018, a jovem yazidi Nadia Murad e o ginecologista congolês Denis Mukwege ganharam o Nobel da Paz por seus esforços contra o uso da violência sexual como arma de guerra. No ano anterior, ganhou a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares, por chamar a atenção para as consequências do uso do armamento e chegar a um acordo pelo fim das armas nucleares.