Em discurso no qual elogiou o próprio governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (7/10) que tem “orgulho e satisfação” em dizer à imprensa que “eu não quero acabar com a Lava Jato, eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo”.
O governo federal lança nesta quarta o programa Voo Simples, que tem o objetivo de desburocratizar o setor aéreo e reduzir custos para empresas e trabalhadores. As empresas aéreas estão entre as mais afetadas pela crise econômica que veio no rastro da pandemia de coronavírus.
“Não podemos inibir quem quer investir”, disse Bolsonaro no discurso, no qual defendeu medidas para incentivar o turismo na Amazônia “e mostrar para o gringo que aquele trem não pega fogo”.
Mudanças
Os pilotos são beneficiados pelas novas regras com medidas como o fim da validade da carteira de habilitação e a ampliação de um para dois anos na validade de treinamentos em simulador que são obrigatórios.
Já empresas poderão, por exemplo, operar voos à partir de aeroportos particulares não administrados pela Infraero ou concessionárias autorizadas pelo governo. Isso deve ajudar a baixar custos operacionais.
Além das grandes empresas, as menores, como as de táxi-aéreo, poderão se beneficiar da desburocratização.
Tarcísio e Bolsonaro
Em seu discurso no evento, o ministro Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, fez uma série de elogios ao presidente Bolsonaro. Ele e o chefe tem se tornado cada vez mais próximos e a propaganda oficial tentar vender Freitas como o grande executor do governo. Não raro, o próprio Bolsonaro posta em suas redes elogios e anúncios de obras concluídas sob o comando de Freitas.
“No país de Santos Dumont nós voamos pouco”, lamentou o ministro ao falar do lançamento do programa. “Porque perdemos o prazer de voar. Voar se tornou burocrático, se tornou custoso, se tornou um sofrimento. Sofrimento de pilotos que chegam com lágrimas nos olhos dizendo que estão perdendo sua autorização para trabalhar.”