Nesta quarta-feira (30), o dólar fechou em baixa de 0,37%, sendo cotado a R$ 5,61. Já a Bovespa operou o dia em alta e subiu 1,09%, alcançando 94.603 pontos. A repercussão do primeiro debate presidencial nos Estados Unidose uma revisão do financiamento do novo programa social do governo foram os principais assuntos entre os investidores. O dólar fechou setembro com valorização de 2,5%, segundo mês seguido de alta.
Depois de uma má repercussão no mercado, o governo vai rever uma possível fonte de recursos para o Renda Cidadã. O presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores na saída do Palácio do Planalto, nesta quarta-feira que, apesar de dizer que não se tratava de uma mensagem direta aos investidores, “se o Brasil for mal, todo mundo vai mal.”
Ele ainda afirmou que quer estar bem com todos e que precisa de ajuda com “sugestões, não com críticas”. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em entrevista que “não existem votos para tirar dinheiro da Educação para o programa (Renda Cidadã). Ninguém vai fazer isso. Chance zero.”
Mais tarde, o Ministro da Economia Paulo Guedes, afirmou que o financiamento não será feito de qualquer jeito. “Como é uma despesa permanente, tem que ser financiado por uma receita permanente. Não pode ser financiado por um puxadinho, não é assim que se financia um Renda Brasil”.
Falta de compromisso
Para Gustavo Akamine, analista da Constância Investimentos, a proposta de retirar o financiamento via Fundeb e precatórios demonstra uma falta de compromisso com as contas públicas. “O governo não procurou uma maneira clara para viabilizar o programa e acabou se utilizando de uma artimanha. Isso demonstra que não há um grande compromisso com o equilíbrio fiscal a longo prazo”, avaliou.
Ele destacou que o Renda Brasil “geraria um aumento de R$ 35 bilhões, que, hoje, corresponde ao Bolsa Família, para R$ 65 bilhões, no ano que vem. E fica a questão de como vai se mobilizar politicamente o programa.”
Debate
No cenário externo, o primeiro debate entre os presidenciáveis para ocupar a Casa Branca, nos Estados Unidos, na terça-feira (29), não foi amistoso. “Apesar de (Donald) Trump ser visto como o candidato com políticas mais pró-mercado e alinhadas com um setor privado mais dinâmico, a julgar pela reação do mercado hoje (30), aparentemente, um líder como (Joe) Biden, sendo menos radical em suas mensagens e comportamento, pode compensar o programa de substancial aumento de impostos e relevante aumento de regulação, que tiraria muito do dinamismo da economia americana”, comentou Gustavo. (CB)