Abril, maio e junho entram para a história como o período mais agonizante na economia do Distrito Federal. O desempenho desmoronou, com o PIB fechando o segundo trimestre com índice 4,2% menor de crescimento em relação ao mesmo período no ano passado.
Uma realidade bem diferente que a dos meses e anos anteriores, em que a curva da economia local estava em ascendência. O índice de desempenho econômico do DF (Idecon) vinha crescendo desde o segundo semestre de 2017. Chegou ao ápice com alta de 2,6% no quarto trimestre de 2019.
Houve redução no primeiro trimestre de 2020, mas o DF ainda se mantinha com índice positivo. Janeiro, fevereiro e março fecharam em 1,2 %. O resultado de abril, maio e junho é o pior desde 2015. Esses indicadores serão confirmados hoje no Boletim de Conjuntura Econômica do DF, produzido pela Codeplan e pela Secretaria de Economia do DF.
Servidores são escudo para o PIB
Em comparação ao desastre nacional na economia, Brasília foi menos impactada, segundo os dados da Codeplan. O PIB do país caiu entre abril e junho para 11, 4%, em relação ao mesmo período de 2019. A projeção é que o PIB brasileiro tenha o pior resultado anual desde o início do século passado.
A crise causada pela pandemia foi menos forte no DF pelo fato de a Administração Pública ter uma participação maior na estrutura produtiva aqui do na esfera nacional. O fato de existir uma massa de servidores públicos com renda estável cria um certo escudo na capital contra as crises.
O morango é nosso
O agropecuário foi o único segmento econômico no DF que registrou crescimento entre abril e junho de 2020. Foi de 2,11%. A Brasília verde existe, é pequena, mas marca presença. E nós amamos os morangos de Brazlândia.
As maiores quedas foram sofridas pelo comércio (20%) e pela construção civil (15%). Nos últimos 12 meses, o comércio varejista teve queda de 2,8%. Os setores mais atingidos foram os de móveis, eletrodomésticos, tecidos, hipermercados e veículos.
Arca de Noé do Brasil
O futuro da agropecuária e também da proteção da biodiversidade do país e do mundo está no Distrito Federal. Fica aqui o maior banco genético de espécies da América Latina. São cerca de 120 mil amostras de sementes e 765 espécies, e mais de 1 milhão de amostras animais (embrião, sêmen, DNA).
Conservadas a uma temperatura de 20 graus abaixo de zero. É o Banco de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “É nossa arca de Noé. Nossa contribuição para humanidade”, diz o presidente da empresa, Celso Moretti. (CB)