Os testes com a vacina chinesa contra a Covid-19, feitos no hospital da Universidade de Brasília (UnB), “estão correndo como o esperado e ninguém apresentou nenhum evento adverso até o momento”. A afirmação é do professor Gustavo Romero, responsável pela pesquisa no Distrito Federal.
“Estamos otimistas com relação à segurança e eficácia da vacina”, afirma o professor.
A novidade, anunciada nesta quinta-feira (17), é que ainda há vagas para voluntários . Eles devem ser profissionais da área de saúde, expostos ao vírus, e podem se inscrever pela internet.
O objetivo é imunizar 850 pessoas no DF. O HUB é um dos 12 centros no Brasil que participam do ensaio clínico, coordenado peloInstituto Butantan e autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A pesquisa
De acordo com o Hospital Universitário da UnB, mais de mil pessoas manifestaram o desejo de participar da pesquisa. No entanto, nem todas vão ser imunizadas.
“Muitos voluntários não se encaixavam no perfil ideal para tomar a vacina”, explica o hospital.
Os voluntários receberam a primeira dose do medicamento no dia 5 de agosto. A pesquisa foi planejada para avaliar o grupo até 12 meses após a aplicação.
No entanto, o professor Gustavo Romero afirma ser possível que os resultados sejam demonstrados antes, caso seja comprovada a segurança e eficácia do medicamento.
A vacina
A vacina contra o novo coronavírus (SARS-Cov-2) testada em Brasília foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech. O estudo, no DF, conta com uma equipe formada por 25 pessoas, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos e técnicos de laboratórios.
A terceira etapa da pesquisa – que é realizada aqui – avalia a eficácia e a segurança da vacina em um número maior de pessoas. As fases 1 e 2 do ensaio clínico foram realizadas com cerca de 700 voluntários na China e os resultados demonstraram a produção de anticorpos neutralizantes em 90% dos participantes.
Assim que forem comprovadas a eficácia e a segurança, a vacina deve seguir para registro na Anvisa. Então, a Sinovac e o Butantan firmarão um acordo de transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento gratuito no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS).