A central de distribuição dos Correios, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), no Distrito Federal, registrou fila nesta sexta-feira (11). Imagens gravadas por um cliente mostram pessoas aglomeradas do lado de fora da agência, a espera de atendimento.
Os funcionários da estatal estão há 24 dias em greve nacional. Eles protestam contra o corte de benefícios no salário (saiba mais abaixo).
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal (Sintect-DF), a central de distribuição funcionou com número reduzido de funcionários devido a um protesto que ocorreu na sede do Correios, na Asa Norte. O protesto terminou por volta das 12h.
O G1 questionou os Correios sobre o efetivo e o funcionamento da central, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Está marcada para a tarde desta sexta uma audiência de conciliação, entre a empresa e a categoria, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Desde o início da mobilização, o sindicato afirma que orienta a manutenção de, no mínimo, 30% dos funcionários em serviço. No entanto, a entidade diz que “não é possível monitorar como será a distribuição do percentual”.
Negociação
O corte do benefício dos trabalhadores dos Correios, ocorreu a partir da folha de pagamento de agosto. Foram retiradas 70 cláusulas de um acordo coletivo firmado em 2018, entre elas, o direito ao adicional noturno e ao ticket alimentação durante afastamentos e férias.
Segundo o sindicato no DF, salários de R$ 1,7 mil tiveram descontos que chegam a R$ 400. Desde 17 de agosto, a categoria busca acordo para recompor os benefícios retirados.
À época da deflagração da greve, os Correios afirmaram que o corte de gastos possibilitou uma economia de R$ 600 milhões e que “a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos” .
Há duas semanas, a empresa pública divulgou nota defendendo que “o fim da paralisação é essencial para empreendedores e população”. No comunicado, a estatal informou que “os benefícios que foram concedidos em outros momentos não condizem com a realidade atual de mercado”.
Leia íntegra da nota dos Correios:
“Desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, os Correios têm sido transparentes sobre a sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de Covid-19. Conforme já amplamente divulgado, a empresa não tem mais como suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado, assegurando todos os direitos dos empregados previstos na legislação.
A paralisação parcial em curso somente agrava esta situação. A intransigência das entidades representativas, que tornaram a greve uma prática quase anual, está prejudicando não só o funcionamento da empresa, mas, essencialmente, a população brasileira.