A Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus) lança, nesta quinta-feira (10/9), campanhas para alertar a população sobre cuidados com a saúde mental de crianças e adolescentes. Aproveitando que a data marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, duas ações são divulgadas.
Uma delas é a cartilha A Turma do Sejuquinha no Setembro Amarelo (foto em destaque), que já está disponível on-line e também terá distribuição gratuita nos Conselhos Tutelares do DF. Com uma linguagem adaptada ao público infantil, a revista em quadrinhos fala com os leitores sobre valorização da vida, amor próprio e bullying.
“Podemos abordar esses assuntos em qualquer idade, mas de formas diferentes, considerando a faixa etária. No caso das crianças, é por meio das brincadeiras e da fantasia que elas conseguirão se expressar. E essa é a proposta da nossa revistinha”, diz a secretária Marcela Passamani.
Outra ação é com adolescentes do sistema socioeducativo. Serão feitas oficinas, saraus, palestras e rodas de conversa sobre saúde menta, além de plantio das sementes de girassol, flor que representa vitalidade e alegria. Essas atividades ocorrem nas unidades de meio aberto, semiliberdade e internação do DF administradas pela Sejus.
Números preocupam
Em todo o mundo, durante este mês ocorrem mobilizações de combate ao suicídio. É o chamado Setembro Amarelo. De acordo com a pesquisa divulgada em 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, atrás apenas dos acidentes de trânsito. No Brasil, é a quarta causa de morte entre pessoas dessa faixa etária.
Conforme noticiado pelo Metrópoles, a atualização mais recente dos Informes Epidemiológicos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal aponta que, de janeiro a junho deste ano, as unidades de saúde locais registram 848 tentativas de suicídio.
Ao todo, 590 mulheres e 258 homens residentes na capital ou atendidos em hospitais brasilienses tentaram contra a própria vida no período. A predominância dos casos é na faixa etária entre 20 e 29 anos – elas totalizaram 334 notificações.
É importante que familiares fiquem atentos aos sinais de alerta do suicídio, que são indicados por postagens de textos ou imagens tristes nas redes sociais, falta de esperança, expressão de ideias ou intenções suicidas, diminuição ou ausência de autocuidado, alterações de humor, crescente isolamento de amigos/família e a autoagressão também são indicativos de pensamentos destrutivos.
Busque ajuda
O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.
Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.
Disque 188
A cada mês, em média, mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.
*Com informações do Metrópoles