Estabelecimentos e clientes tentam encontrar meios de celebrar, desde que seguindo as medidas sanitárias recomendadas
O Dia dos Pais é um dos momentos de maior movimentação para o comércio e, em 2020, esta será a primeira data comemorativa em que bares e restaurantes estarão abertos desde o início da pandemia da Covid-19. As expectativas, porém, são de receitas reduzidas à metade em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. Com as consequências econômicas provocadas pela crise sanitária, o faturamento estimado para agosto deve cair de R$ 300 milhões para R$ 150 milhões. Para tentar minimizar as perdas, empresários da categoria apostaram em mais promoções e serviços alternativos — como entrega ou retirada de presentes — para atrair as famílias. No entanto, muitas delas estão receosas e pensarão duas vezes antes de sair de casa.
Mesmo com a adoção de todas as medidas de segurança, algumas pessoas sentem-se inseguras ao frequentar bares e restaurantes. A servidora pública Ana Karina Militão, 45 anos, mora com os dois filhos e o marido, Wagner Vilas Boas, no Sudoeste e, desde o início da pandemia, não teve coragem de ir a um desses estabelecimentos. “Estou pensando em ir a um estabelecimento que fica mais próximo daqui. Ao mesmo tempo, tenho medo de ir e encontrar aglomeração”, afirma.
No Geléia Hamburgueria do Pontão do Lago Sul, além dos protocolos de segurança, as promoções servirão como atrativo. O restaurante aposta em ofertas e lançamento de pratos para aumentar o movimento no Dia dos Pais deste ano. Gerente de produção da lanchonete, Daiane Barros espera que as pessoas se desloquem ao local e conheçam a rede. “Nós intensificamos a higienização do ambiente, a esterilização de mesas e adotamos cardápios por QR Code, para que o cliente possa ver as opções diretamente no celular. Queremos que as pessoas se sintam seguras”, ressalta Daiane.
Outro que optou pela oferta de preços menores foi o Blend Boucherie. O estabelecimento oferecerá o prato mais pedido da casa com desconto, sobremesa grátis e dose dupla de cerveja. O chef da casa, Marcello Lopes, espera atrair a clientela para a unidade, na 412 Norte. “Desde a reabertura, não chegamos a ter muitos consumidores. Acreditamos que, por ser uma data comemorativa, as pessoas estejam mais dispostas a sair de casa”, comenta. Mesmo com o otimismo, o restaurante deve atingir só metade do público do Dia dos Pais de 2019. “Ano passado, chegamos a ter 120 pessoas circulando. Este ano, por causa da pandemia, da redução das mesas e das medidas de segurança, devemos operar com 40 mesas. Se chegarmos a 60, será uma vitória”, ressalta.
Entregas
Quando estavam impedidos de abrir para o público, alguns restaurantes adotaram o sistema de delivery para manter a receita. No Dia dos Pais, as entregas continuam como alternativa. O dono do Parrilla Beer, Phellipe Freitas, conta que o restaurante deu preferência a reservas e a entregas. Porém, até a tarde de ontem, a casa, localizada no Gama, tinha apenas três agendamentos. “O meu público é mais velho. Acredito que está com receio de sair de casa; por isso, as entregas a domicílio devem salvar a arrecadação da data”, prevê.
O delivery é essencial devido à pandemia. Beto Pinheiro, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Brasília (Abrasel/DF), presume que alguns restaurantes não devem conseguir atender a toda a demanda presencial. “Não teremos mesas suficientes, pois estamos operando com redução devido às medidas de segurança. Por causa disso, o delivery deve ser mais forte”, observa.
Beto salienta que a receita mensal do setor registrou queda de 76% após o início da pandemia. O lucro caiu de uma média de R$ 300 milhões a cada mês, em 2019, para R$ 70 milhões, em julho de 2020. Com a reabertura dos estabelecimentos, cresceu a expectativa sobre o Dia dos Pais. “Fechamos julho com 40% da receita do ano passado. Em agosto, com apoio dessa data, esperamos atingir cerca de R$ 150 milhões, ou seja, 50% do valor”, calcula.
Segurança
O presidente do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael da Silva, destaca que, em função da pandemia, as pessoas podem querer sair de casa, mas não a ponto de gerar grande fluxo. “Domingo é o melhor dia e, sendo Dia dos Pais, deve melhorar um pouco o movimento”, avalia. Para ele, o investimento em ambientes abertos, com brindes e descontos, pode atrair os clientes. “As pessoas veem as promoções e programam-se para aproveitá-las.”
O cuidado com as medidas de segurança também será essencial para a família de Cleide Azevedo, 41, e Ceomar Meirelis, 48. Os empresários moram com os três filhos no Cruzeiro Novo e, segundo Cleide, devem reservar mesa em um local do Lago Sul onde costumam passar datas comemorativas. “Depois da reabertura, cheguei a ir a alguns bares e restaurantes, mas sempre observando o distanciamento e a disponibilidade de álcool em gel nas mesas. Àqueles que fui, achei tranquilo”, conta a empresária.
Cleide e Ceomar confiam nas medidas de segurança e afirmam que se sentem tranquilos em frequentar lugares que estejam de acordo com as normas sanitárias. “Sempre é mais movimentado nessa época do ano. As pessoas devem querer sair de casa para passar o dia de um jeito diferente”, acrescenta ela. Cleide afirma que não quer perder a chance de ter esse momento com o marido e os filhos. “Com certeza, vou reservar um espaço para passar esse tempo com minha família”, garante.
Cleide e Ceomar confiam nas medidas de segurança e afirmam que se sentem tranquilos em frequentar lugares que estejam de acordo com as normas sanitárias. “Sempre é mais movimentado nessa época do ano. As pessoas devem querer sair de casa para passar o dia de um jeito diferente”, acrescenta ela. Cleide afirma que não quer perder a chance de ter esse momento com o marido e os filhos. “Com certeza, vou reservar um espaço para passar esse tempo com minha família”, garante.
Após a escolha do local, o próprio consumidor deverá se atentar para a higienização das mãos.” Joana D’Arc Gonçalves, infectologista do Hran e professora de medicina no UniCeub.
*Com informações do Correio