Nesta segunda-feira (13/7), começou a ser obrigatória a participação dos 460 mil alunos da rede pública de ensino no programa Escola em Casa DF, com aferição de presença e avaliação de acordo com a realização das atividades propostas pelos professores on-line.
A Secretaria de Educação já cadastrou na plataforma Google Sala de Aula mais de 470 mil estudantes (como o número é maior do que o total de matriculados, pode haver duplicidade de cadastros) e 72 mil profissionais da educação. O último balanço da pasta sobre os acessos ao programa Escola em Casa DF registra 2.523.711 acessos, contabilizando, ainda, 600.159 posts de professores e 32.167 de estudantes.
Adaptação à nova rotina
De acordo com o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), no entanto, as dificuldades para a execução do trabalho remoto continuam.
“A única diferença até o momento que pode ser observada é a obrigatoriedade da frequência dos estudantes. Fora isso, não tem como saber se já está valendo a gratuidade da internet sem o consumo de dados dos alunos que estão utilizando a plataforma”, comentou o diretor do sindicato Samuel Fernandes. “As teleaulas foram suspensas e os 120 mil alunos que não têm acesso aos meios tecnológicos continuam sem, pois não houve investimentos por parte do governo para resolver esse problema”, acrescentou o sindicalista.
Moradora de Sobradinho e aluna do 7º ano do ensino fundamental, Jéssica Alves, 12 anos, já estava assistindo às aulas pela internet durante a pandemia, desde o início do programa. “Eu gosto de assistir pelo computador. Meu colégio, o CEF 3, fez vídeo explicando como estudar e também enviou dicas. Consegui me adaptar bem”, disse a estudante.
A mãe de Jéssica, a dona de casa Márcia Alves, 40, no entanto, afirma que a filha ainda não é tão disciplinada. Ela acha que, com a cobrança da presença, a menina vai ter mais comprometimento para assistir às aulas. “Não tem como ser igual ao ensino presencial, mas acredito que neste momento seja o que dá para fazer. Eu acho bom o retorno para essas crianças não ficarem com um ano perdido. Aqui, conseguimos o cadastro e o acesso é tranquilo”, afirmou.
Márcia acredita que outros alunos tenham mais problemas. “Muitas crianças não possuem computador e internet em casa. Na frente do computador, também é muito mais fácil distrair. Mas precisamos ajudar os nossos filhos a se concentrarem nas aulas neste momento”, completou.
O adolescente João Guilherme Vasconcelos, 16 anos, é estudante do 1º ano do ensino médio e estuda em Ceilândia. Ele mora no Sol Nascente e disse que sua conexão na rede não é muito boa. “Quando a internet tá boa, dá pra assistir. Eu não tava entrando muito nas aulas. Agora que tá cobrando a participação, vou entrar. Por mim, essas aulas não voltariam assim. Tenho outros amigos que não conseguem assistir nada”, reclamou.
Segundo o cronograma do GDF, as escolas e universidades particulares podem reabrir em 27 de julho. As atividades nas unidades públicas serão retomadas em 3 de agosto.
Como funciona
Os acessos são feitos pelo aplicativo Google Sala de Aula. Quem não tiver conexão à internet pode solicitar as atividades de ensino por meio de material impresso, que vai ser entregue pelas próprias escolas.
A cada 15 dias, as atividades dos alunos devem ser entregues aos colégios para que os professores possam avaliá-las. A presença, nesse caso, será aferida conforme o retorno dos deveres propostos.
“Vamos enfrentar esse desafio juntos, unidos em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade no Distrito Federal”, destaca o secretário de Educação, Leandro Cruz.
Para fazer uso da plataforma, o estudante precisa, primeiro, entrar no endereço www.escolaemcasa.se.df.gov.br e, então, fazer o login com o e-mail cadastrado pela Secretaria de Educação e colocar a senha. O e-mail do estudante é formado por: primeiro nome + código do estudante (disponível no boletim escolar) +@estudante.se.df.gov.br.
Em casos de problema com o e-mail cadastrado, é preciso procurar a secretaria escolar da unidade.
Balanço
Os dados de balanço do primeiro dia serão levantados nesta terça-feira (14/7). A Secretaria de Educação vai acompanhar o andamento das aulas on-line na plataforma diariamente.