A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga a morte do professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, de 50 anos. Ele trabalhava em uma escola pública do Distrito Federal e morreu no dia 4 de fevereiro após ingerir veneno de rato. A investigação, no entanto, não confirma se ele foi assassinado e nem como teve contato com a substância.
Odailton trabalhava no Centro de Ensino Fundamental da 410 Norte. Ele foi diretor da escola por oito anos e perdeu as últimas eleições. No dia 30 de janeiro, o professor passou mal no colégio, foi socorrido e morreu cinco dias depois.
O delegado responsável pela investigação, Laércio Rosseto, disse à reportagem que o juiz ainda vai analisar se decreta o sigilo sobre o caso e, por isso, a polícia “não pode falar sobre a conclusão [do inquérito] até sair a decisão judicial”.
O pedido para que o processo corra em segredo de Justiça foi apresentado por um dos advogados. Com isso, o resultado da investigação será encaminhado para análise do Ministério Público do DF, que decide se vai apresentar ou rejeitar a denúncia contra a mulher apontada por Odailton como suspeita.
Antes de morrer, o professor chegou a mandar áudios para colegas dizendo que havia tomado um suco de uva envenenado. A perícia, no entanto, não encontrou vestígio de suco nos exames feitos.
Odailton também deixou outra mensagem denunciando um esquema de “rachadinha” na escola. A Secretaria de Educação, no entanto, informou à época que a prestação de contas do CEF 410 Norte “está em dia”. Segundo a pasta, a escola apresentou os documentos de 2009 a 2018 e os mesmos foram aprovados.
Também durante a divulgação do caso, a direção do colégio disse que o professor só tomou água na escola, por vontade própria.
Relembre o caso
O professor Charles Albuquerque Silva professor, de 50 anos, morreu no dia 4 de fevereiro após ficar cinco dias internado no Hospital Regional da Asa Norte. Ele passou mal no CEF 410 da Asa Norte.
Segundo denúncia gravada em áudio pelo próprio Odailton – e enviada para amigos –, ele começou a senti mal depois de beber um suco de uva oferecido por uma colega. Após ser internado, médicos do Hran analisam o quadro de saúde como grave e a mulher dele registrou ocorrência na 2ª DP, como tentativa de homicídio.
A esposa de Odailton entregou uma bolsa térmica com gelo e as roupas usadas pelo marido no dia que ele foi a escola. No dia 6 de fevereiro, um laudo da polícia apontou a presença de veneno de rato no corpo do professor. Segundo a perícia, a substância encontrada no vômito era chumbinho.
No dia 15 de fevereiro, a polícia fez a reconstituição da morte do professor na escola, com a presença de 12 testemunhas que estiveram no local no dia em que Odailton teria ingerido o veneno. Após a perícia, foi levantada a hipótese de suicídio para morte do educador.