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O fluxo de pessoas esperadas na reabertura do comércio do Distrito Federal gira em torno de 40% a 50% do movimento anterior nos estabelecimentos, de acordo com o Beto Pinheiro, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Mas as baixas de empresas no setor são as que preocupam. “Antes da pandemia, tínhamos 10 mil CNPJs registrados [no setor], mas acredito que pelo menos 10% desse total não consiga voltar depois desses 100 dias fechados”, afirmou Beto.
A estimativa, nestes parâmetros, é de aproximadamente 20 mil demissões, conforme contou o presidente à reportagem. Anteriormente, 100 mil pessoas estavam empregadas no setor. “Mas teve gente que foi desligada que vai voltar. Acredito que esse número diminua, uma vez que, retomando as atividades, as empresas vão trazer os funcionários de volta”, ponderou Beto. De acordo com o presidente da Abrasel, um cálculo com base nas projeções de mil empresas fechadas, se cada uma tiver 10 funcionários, haverá uma média de 10 mil pessoas desempregadas.
Ainda de acordo com Beto, grande parte da recuperação é baseada em três pilares principais. O primeiro deles é a já garantida reabertura no DF e o segundo se daria por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que permite o empréstimo a pequenas empresas durante a pandemia pelos bancos Caixa Federal e Banco do Brasil, cuja garantia de possíveis perdas é dada pelo Governo Federal.
“E em terceiro lugar é na área trabalhista. Esperamos que até amanhã o presidente Bolsonaro prorrogue a MP 936, que trata da possibilidade de suspensão e de redução de jornada de contratos”, finalizou o presidente da Abrasel. A medida possibilitaria a preservação de renda para comerciantes e de emprego para funcionários.
Preparativos para retomada
Apesar de novas normas de funcionamento ainda não estarem definidas por decreto, integrantes do comércio não essencial do Distrito Federal começam a se preparar para a reabertura, prevista para o dia 1° de julho. A expectativa é que o retorno seja lento e gradual, mas que comece a dar sinais de recuperação financeira para os prejuízos acumulados nos últimos 100 dias.
É o que espera a proprietária do Quanto Café, Lina Santos, 39, que há dois anos gerencia o negócio na quadra 103 da Asa Norte. Sem lucrar durante os exatos três meses que decidiu manter as portas fechadas, sem entregas delivery ou in-loco, a abertura é positiva “desde que com todos os cuidados necessários e rigorosos” quanto às medidas de segurança sanitária para a não proliferação da covid-19.
“Estou pensando em trabalhar apenas com metade da capacidade que tenho para receber as pessoas aqui. Antes eram 13 mesas, mas agora, pretendemos reduzir para 6. Esse é o ambiente que podemos oferecer segurança para os clientes.” (JBr)