
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou operação na manhã desta quinta-feira (28/05) para desarticular uma organização criminosa especializada em furtar e roubar residências de famílias chinesas radicadas no Brasil. A ação, conduzida pela Divisão de Repressão a Furtos (DRF), cumpre nove mandados de prisão e oito de buscas e apreensão no DF e nos estados de Santa Catarina, São Paulo e Ceará.
Apenas em Brasília, entre os anos de 2016 e 2020, a organização criminosa furtou 18 apartamentos onde moravam famílias chinesas. Os alvos eram escolhidos pelo fato de sempre guardarem grandes quantias de dinheiro em espécie dentro de casa.
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Dinheiro supostamente levado de apartamentos de chineses pelos suspeitosPCDF/Divulgação
Os ladrões também apostavam na falta de costume dos chineses de se deslocarem até delegacias de polícia para registrarem ocorrências sobre os crimes.
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Operação ocorreu no DF e em outros dois estadosPCDF/Divulgação
As investigações tiveram início em outubro do ano passado, quando três criminosos invadiram o imóvel de moradores orientais, no Guará. De acordo com as apurações da Operação Chengdu – que faz menção à cidade chinesa onde ocorreram os últimos jogos mundiais de polícia –, os criminosos entraram no apartamento das vítimas e outros dois ficaram fora do prédio, em um veículo com placa de São Paulo.
Por meio do rastreamento desse veículo, foi identificada uma organização criminosa que furtava e roubava a casa de chineses em todo Brasil.
Ação interestadual
Durante o monitoramento feito pela Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), o grupo foi flagrado praticando dois furtos na cidade de Petrolina (PE) e outro em Fortaleza (CE), sempre contra a casa de chineses. Também foram constatados dois ataques a chineses na cidade de São Paulo e outro em Itapema (SC).
A Operação Chengdu que faz menção à cidade chinesa onde ocorreram os últimos jogos mundiais de políciaPCDF/Divulgação
As investigações mostraram que os integrantes da organização criminosa atuavam há pelo menos quatro anos, de modo estável e permanente.
De acordo com diretor da DRF, delegado Fernando Cocito, os envolvidos se passavam por parentes dos chineses e enganavam os porteiros dos prédios. Em seguida, arrombavam as portas das casas e apartamentos.
“O grupo se aproveitava da vulnerabilidade dos chineses e acreditava que não seria descoberto em razão dos crimes praticados em diferentes estados. No entanto, conseguimos juntar as peças e provar o elo entre os furtos e roubos interestaduais”, explicou o delegado.
Foi apurado pela PCDF, ainda, que o grupo se valia de rádios comunicadores para vigiar a aproximação da polícia. Os chineses eram identificados por meio de nomes e sobrenomes lançados em cadastros abertos na internet.
*Metrópoles